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Archive for fevereiro \23\-03:00 2010

Na última vez que produzimos comentários sobre a Dake (Bíblia de Estudo Dake) não focalizamos as discussões teológicas a partir de seus comentários. A discussão ocuparia grande espaço e, portanto, deve ocorrer separadamente e de forma gradativa. Dissemos da ousadia, coragem do pastor Finis Jennings Dake de expor seus estudos, comentários ao público, embora controversos, isso já aos seus 65 anos de idade.

Penso que Dake escreveu seus comentários, que acabaram rendendo-lhe essa obra, a partir de uma visão pessoal, portanto com fatos próprios da mente humana.

Não obstante a Bíblia Dake tenha se desdobrada em uma edição acompanhada de inúmeros outros produtos, não tem a assinatura de uma associação cristã, denominação, escola ou linha teológica etc. Ela representa o resultado do trabalho individual, de um homem aplicado, em busca de profundidade daquilo que não havia unanimidade do conhecimento humano. Por trás dessa obra está a Dake Bible Sales, Inc., P. O., da Geórgia (EUA), que a editou em 1963 – a editora da Dake. Neste ano, ela deve ser editada em espanhol, ao que tudo indica, sem cortes.

No Brasil a Bíblia de Estudo Dake fora incorporada pelas editoras CPAD e Atos, tradutora da obra. O contrato teria chegado ao Brasil por meio da Atos, editora independente e que nada tem que ver com tais e possíveis contrariedades,  enquanto a CPAD é regida pelo concílio da AD e, portanto, fiscalizada por meio de conselhos.

Por ocasião da pesquisa e probabilidade de seu lançamento houve alerta sobre a presença do que foi chamado de heresias, nos comentários dessa Bíblia. As questões mais “agressivas” e heresias foram retiradas e edição permaneceu.

Preocupação do presidente da CGADB

Pastor José Wellington, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), manifestou sua preocupação com a dimensão do fato, em uma das últimas reuniões no Belenzinho, Grande São Paulo. O presidente fez comentários públicos sobre a situação gerada pela edição da Dake e que a mesma deveria ser repensada.

O nome do pastor Antonio Gilberto foi citado, mas não existiu nenhum tipo de participação ou responsabilidade do mesmo.

‘Tá’ amarrado!

A Casa vendeu mais de 100 mil exemplares dessa Bíblia em apenas 3 meses. Foram 4 tiragens iniciais, a partir do final do ano, que ‘sumiram’ em passos rápidos.

Discordâncias da Dakes (I)

Já nos primeiros versículos (Gn 1.1 e 2) o comentário de Dake remete para a Teoria de GAP, chamada de brecha (espaço, abertura), a partir da tradução de que a Terra tornou-se (e não era) sem forma e vazia (“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2).

Realmente GAP deve ser visto ao pé da letra, pois caso seja esta a interpretação, fica entre os dois versículos a abertura, o buraco, uma janela cósmica, para se introduzir muitas teorias. Cabe nela até mesmo a Teoria da Evolução, a sociedade pré-adâmica, também, defendida por Dake, os bilhões de anos, defendidos e necessários à evolução natural dos seres, e assim por diante.

Lógico que Dake, em sua época, não possuía as informações que temos atualmente, dentre elas as que dizem respeito aos avanços científicos e que derrubam informações forjadas pelos defensores da evolução.

Dake toma o vocábulo era e o interpreta, a partir do hebraico hayah, como tornou-se, passou a ser, veio e aconteceu, e aí abre espaços então para um buraco sem fundo. Nele se encaixa uma outra criação (que a Bíblia teria esquecido de citar!?).

No comentário original da Bíblia, retirado pela CPAD, Dake fale em re-criar (replisc, no inglês), com a ideia de encher de novo, conforme a indicação contida no sistema refil. A interpretação indica um outro dilúvio – o Dilúvio de Lúcifer – que fez com que o cosmo ficasse envolto em água – o caos aquoso da Terra, por interferência do Espírito Opositor.

Na página 75, o comentário (3), logo na cabeça da página, diz “Encher a terra com homens, como ANTES, quando Lúcifer reinava”, relacionado a Gênesis 1.28 (o grifo é nosso). No comentário anterior (2), a Dake fala em “espécie humana”, mas na página 70, trata da “raça humana”, ideia que vai de encontro à evolução de espécies de animais (de raças). O homem não tem raça como os animais (raça de cavalo, de cachorro, de víboras…), mas foi feito único, a partir de Adão.

Minha apologia

O versículo 2 indica ainda a presença de uma poeira cósmica (“sem forma e vazia”). A Terra não possuía o formato visto depois, o globo terrestre, conforme nota Isaías: “Ele é o que está assentado sobre o globo da terra…”, Is 40.22. Portanto, os versículos 1 e 2 indicam a preparação do cenário da Criação. Já nos versos seguintes, até o quinto, após a criação da luz, temos o globo e a órbita terrestres.

“A terra, porém, estava (ou era) sem forma e vazia”, equivale afirmar que o que se via era uma poeira cósmica e o Criador prepara todo o cenário para estabelecer a própria Criação, que se vê na sequência do texto. Outros comentários dão conta de que a imagem descrita no versículo 2 indica a existência de uma massa informe, em meio ao caos aquoso.

Embora o versículo 2 afirme que “a terra era sem forma e vazia…”, o que leva muitos a estruturar a existência de grande separação entre os versículos 1 e 2, Isaías afirma: “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia,  mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro”, 45.18 (o grifo é nosso).

A interpretação mais discutida para explicar o espaço entre os dois versículos diz respeito à destruição da Terra, após a queda do Diabo. Isaías retrata a expulsão de Lúcifer (ou Lucifer, sem acento), que traduzido é “anjo de luz”, no capítulo 14.12-20 e Ezequiel 28.11-19. Ezequiel profetiza: “por terra te lancei”, 28.17 e Isaías diz: “porque destruíste a terra”, 14.20. Daí a explicação do versículo 2: “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.

Neste ponto, muitos estudiosos não concordam mais com a interpretação desta parte de Isaías e Ezequiel como sendo uma alusão à queda de Satanás, pois o contexto histórico destas duas passagens diz respeito a reis e nações. Alguns acreditam que Ezequiel 28.11-19 fala do rei de Tiro e Isaías 14.12-15 ao rei da Babilônia. Os dois contextos mostram que as profecias se direcionavam as nações (Sidom, Egito, Moabe, Edom e outras). Da mesma forma Gêneses 1 e 2 é interpretado, segundo Élson Santana, como retratando um momento histórico de Israel quando estavam na Babilônia.

Na verdade, a interpretação mais provável é de que está implícita entre os versos 1 e 2 a narrativa natural da Criação. Desde o primeiro versículo até o último está contida a Criação de todas as coisas, numa sequência natural e sem interrupção.

Teoria de GAP é, primeiramente, uma hipótese (teoria) e GAP pode ser buraco, abertura, intervalo, também chamado de brecha. Indica a possibilidade de ter havido um espaço entre os versículos 1 e 2 de Gênesis 1.

Pastor Antonio Gilberto fala a O balido

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Em entrevista ao blog O Balido, o respeitado mestre, pastor Antonio Gilberto fala de sua participação por ocasião da publicação da Bíblia Dake, pela CPAD. “Já de início, fiquei sabendo que ele está impedido de se pronunciar sobre o assunto, no que concerne a determinados aspectos da publicação da polêmica obra”, escreveu pastor Judson.

Pastor Antonio Gilberto disse o seguinte: “Há seis anos, quando a Casa estudou a possibilidade de publicá-la em português, o projeto foi enviado para mim, como consultor, para eu dar um parecer. Eu me senti tranquilo, porque conhecia tudo sobre a Dake. Então dei o meu parecer. Eu disse: ‘Olha, a Bíblia é um manancial. É uma riqueza para estudantes, para pregadores, para pastores, para escritores. Mas faço algumas ressalvas, porque nela há alguns pensamentos intelectualistas, quer dizer, produto do cérebro humano. Há também alguns pensamentos racionalistas, da razão humana. Há também uma porção de pensamentos que são filosóficos. Mas o irmão Dake é falecido, a gente não pode conversar com ele e perguntar por que ele fez aquilo. Então sugiro que a CPAD obtenha licença para isentar a edição brasileira nesses pontos’. E, de fato, alguma coisa foi feita, mas, por razões que desconheço, passaram outras.”

Fotos: Divulgação
Artigo atualizado em 24/02/2010 às 23h15

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Admirável o esforço e a tentativa de se provar o improvável. Ora, por que tanto investimento humano numa coisa tão simples e fácil de entender entre o que pode, deve, conforme preceitos bíblicos, o que a AD acata e em quais circunstâncias? A intensidade é tamanha que o amado colega, por quem sempre nutri notável respeito e o reitero aqui, chega a agredir, quando apela à Inquisição.

Qualquer pessoa, com o mínimo de inteligência percebe o esforço hercúleo empreendido para desmerecer o que é fato. É só ler o artigo, no qual o amado não esconde a incumbência de caçar, a qualquer custo, fato idêntico, quiçá semelhante. De que valeu toda a exacerbação se o fato permanece incólume?

Dentro do mesmo espírito poderia taxá-lo de João Tetzel, aquele que, patrocinado pelo papa tentava a qualquer custo impor a Indulgência… lembra-se: “Ao tilintar da moeda no fundo do cofre, salta a alma do purgatório para o Céu!” Mas não o farei em respeito ao nobre colega.

Vamos manter o nível, a que sempre inseri o nobre obreiro do Senhor. Pense: estamos discutindo uma questão que envolve a doutrina bíblica, que no artigo anterior mostramos o que está claro na Bíblia e o que é aceitável, porém, quanto à legalidade do corrido e àquilo que a AD estabelece, não!

A excepcionalidade da Resolução

A Resolução da CGADB não dá respaldo ao fato discutido, conforme segue: “Esta convenção reconhece unicamente como regra de sua fé, a ser obedecida, a Bíblia Sagrada. Assim sendo, resolveu adotar como regra geral, onde houver trabalho do Senhor já firmemente estabelecido, que a Ceia do Senhor, o batismo e a unção de enfermos sejam feitos pelos que foram consagrados para o ministério e o ancionato. “Entretanto, nos lugares onde o trabalho estiver apenas iniciado, ou onde o mesmo esteja pouco desenvolvido, o pastor com a igreja do campo podem autorizar a fazê-lo um dos membros que tenha um bom testemunho. Na falta do pastor, o ancião por todos reconhecido como tal pode substituí-lo.” (o grifo é nosso).

Precisa de comentário?! Vamos repetir: “…nos lugares onde o trabalho estiver apenas iniciado, ou onde o mesmo esteja pouco desenvolvido, o pastor com a igreja do campo podem autorizar a fazê-lo um dos membros que tenha um bom testemunho.”

Essa Resolução, no esquecimento por questões obvias, retrata circunstância, que embora em desuso, mantém-se, obviamente. Na época, havia sim a necessidade e por isso ela foi editada. E hoje? Será que temos os mesmos problemas quanto à ausência de ministros. Só para ser ter ideia, naquela época, os pastores assembleianos poderiam ser enumerados ou reunidos em pequeno espaço, enquanto a novel igreja crescia de maneira a perturbar a razão. Mas, atualmente, somente na última Convenção foram mais de 15 mil ministros inscritos! Mesmo assim, o texto realça a circunstância e o ‘obreiro-leigo’ teria de submeter-se à prévia análise do pastor e não sem antes também passar pelo crivo da própria igreja: “…o pastor com a igreja do campo podem autorizar a fazê-lo…”.

Dissemos, repito, que não se tem na história da Igreja e da AD no Brasil registros (sabidos) de leigos terem batizado, à semelhança do caso apresentado. Pode até haver fatos desconhecidos, perdidos, isolados, não sabidos etc, conforme o nobre colega tenta espremer, como ações isoladas, divorciadas de normas assembleianas. Entretanto, o que está em discussão é algo oficial, sabido, expresso, conhecido, com divulgação nacional, como se a pessoa estivesse acima de toda e qualquer decisão. Essa iniciativa de quem sabia o estava fazendo é que preocupa. Afinal, alguém pode deter o privilégio de estar acima das normas, enquanto todos a elas se submetem?

Também não disse que não havia resolução sobre isso. Ao se firmar tanto na resolução o irmão se esqueceu disso. A Resolução não mostra o que está em discussão. Ainda que a norma tenha sido instituída, conforme base bíblica, exposta em nosso artigo anterior, estamos discutindo o fato, o registro, o acontecimento.

Apelo às vaidades

Por outro lado, a Resolução fortalece a nossa tese: em casos específicos, sem a presença de um pastor; em extremos… Separe as coisas Ora, não seria mais fácil o nobre ministro indicar o reconhecimento da falha… Quem, ‘na mesma circunstância’, não sentiria o gostinho na garganta do apelo às vaidades? E reafirmo que nossa oposição deve se ater a ideias, projetos, fatos, pensamentos, ação, mas nunca a pessoas. A agressão pessoal é o pior meio escolhido para se tentar dissimular uma questão.

Imploro que o prezado busque neutralidade, uma vez não estarmos discutindo pessoa, mas ideia, postura, manifestação, riscos, perigos. A relevância está justamente no fato de a pessoa envolvida estar em evidência, que subentende testemunho, exemplo, ‘jurisprudência’, a partir do fato e das circunstâncias.

Depois de todo o zelo, primor, dedicação, amor, lágrimas, perseguição, sofrimento…, registrados na primeira, segunda, terceira, quarta… gerações assembleianas, que poucos da atual conseguiriam imaginar o estrago, não se pode legitimar a atitude que desfaz tudo,  num só momento! Enquanto pastor Altair Germano se esforça para apoucar os méritos dos antigos e julga suas falhas, tenta suavizar a gravidade do fato discutido.

Não é um membro ‘comum’, mas o diretor da empresa que reflete como espelho o pensamento assembleiano, ou ao menos, deveria ser. Nele está implícita toda a representatividade, confiada a ele por respeitados líderes nacionais. Pense nisso!

Limites antigos

Realmente vossa sapiência foi colocada a serviço das probabilidades. Vamos, então, tomar outro versículo de Provérbios, logo à frente, que afirma: “Teme ao Senhor filho meu… E NÃO ENTREMETAS COM OS QUE BUSCAM MUDANÇAS” (Pv 24.21). Tomo ainda a indicação de um versículo do outro imbróglio discutido na web – a Bíblia de Estudo Dake –, que no comentário de Provérbios 22.28, indica a leitura de Oséias 5.10, onde alerta: “Os príncipes de Judá, de acordo com a afirmação aqui, são como os apóstatas de Efraim. Por esta razão, as duas nações cairão”.

Leia mais

Leia o texto do colega pastor Geremias, que acompanha de perto o fato, que com racionalidade, vivência e experiência histórica, além de independência, analisa o fato, à luz do texto da Resolução, da história e da hermenêutica e doutrina bíblica.

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Batismo da AD em Juazeiro (PI), em 2008

Quando se trata de questões que envolvem a Igreja do Senhor e ainda tentativas de alterar rumos já delineados, todo cuidado é pouco. Mais ainda que cuidado, devemos buscar o mesmo zelo que incomodava Jesus, conforme vemos no caso dos cambistas do Templo. Nós assembleianos recebemos críticas dos tradicionais por nossa atuação justamente na forma litúrgica do batismo e da Ceia: “Batismo e a Ceia do Senhor são praticados como ordenanças bíblicas, mas quase sempre jogados a uma pequena parte do culto”. Dizem que priorizamos em excesso a manifestação do Espírito Santo tanto que o batismo passa a ser desprezível, ou secundário.

Todos são pastores?

Uma pessoa para batizar precisa, ao menos, saber o que dizer no momento do batismo; por que estaria batizando, quem, em que circunstância etc. Embora o Senhor abra espaço para todos, não significa dizer que todos são aptos.

Quando em Efésios a Bíblia diz que deu uns para… esta preposição enfatiza um propósito específico, um fim, objetivo, para cada um dos chamados – dentre todos – para uma missão específica dentro do Corpo de Cristo.

A Grande Comissão foi nomeada para pregar a Palavra, mas lembre-se que o Corpo de Cristo tem seus membros bem ajustados, assim como o corpo humano. O corpo é formado pelo conjunto de todos os membros, mas não são todos que falam, que andam, que cheiram, porém, em cada ação separada em si, temos o resultado milagroso da indicação de um ser único, o indivíduo.

Conforme a Bíblia Dake, editada pela CPAD, também com notas divorciadas da doutrina bíblica e esboçada pela Assembléia de Deus, o comentário de Mateus 28.9-20, corrobora com a nossa tese: “Nós temos os mesmos direitos, privilégios, promessas e provisão de equipamentos para o serviço, pelo que todos deveriam ajudar de todas as formas possíveis na evangelização do mundo, de acordo com as nossas capacidades e o direcionamento de Deus” (Grifo nosso).

A igreja não é só organismo (espiritual), mas também organização – a igreja visível (enquanto formada por humanos, “neste tabernáculo”). Ela tem estrutura legal, funcional e hierárquica, conforme se viu no Concílio de Atos 15. Todos (somente os líderes) falaram, argumentaram, mas Tiago, irmão do Senhor, teve a proeminência. A Igreja toda esteve no evento? Não!

Por conta disso, há necessidade de normas, regras que dão corpo às doutrinas da Igreja. Imagine você se cada crente saísse por aí a batizando pessoas, de qualquer jeito, forma, em qualquer lugar, por imersão, aspersão, por simbologia, pela internet etc?!

Ora, é obvio que regras podem ser contidas de exceções; que a oportunidade é criada pela circunstância; que nestes casos devem existir orientações para satisfazer tais urgências, sem que preceitos bíblicos sejam agredidos, sem que a obra sofra descontinuidade. Aliás, a Assembleia de Deus tem sido alvo de teses científicas, quando se diz da valorização a leigos. Esse é um dos fatos que aguçou a mudança de rumo da Igreja Católica Romana, provocou a implantação de determinadas aberturas conhecidas e até o plágio.

No caso bíblico, que menciona Filipe, não há falha, pois o mesmo era um diácono (e com atuação de evangelista). Nas Assembléias de Deus, por exemplo, não temos registro de leigos batizando, mas sim de ministros (evangelistas) autorizados e não consagrados como tais.

Exemplo dentro de casa

Pastor José Wellington, presidente da CGADB, ao enfatizar o valor dos costumes assumidos pelas Assembléias de Deus no Brasil, diz de uma máxima conhecida na área de Jurisprudência, quando afirma que costumes dão origem à normas e estas são transformadas em leis.

Veja que a Casa Publicadoras das Assembléias de Deus teve uma mudança de filosofia no que tange à sua administração, com respaldo bíblico. Isso ocorreu quando pastor José Wellington resolveu ‘pôr cada um em seu lugar’. Em sua administração decidiu nomear uma pessoa da área administrativa para gerir a editora e não pastores, que devem se ocupar exclusivamente da obra eclesiástica. Isto é, cada um no seu dom, “… para que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade…” (Ef 4.1-2).

Batismo na AD/Belenzinho

“Hoje pela manhã, ultimo domingo do mês de setembro, foi realizado no templo sede da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São Paulo, Ministério do Belém, presidida pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, mais um grande batismo em águas.

Batismo realizado por pastores setoriais no Belenzinho

Na ocasião, a cerimônia de batismo foi presidida pelo próprio pastor da igreja, três equipes de pastores setoriais foram designadas para efetuarem o batismo (grifo nosso)…” (Blog do pastor José Wellington).

Imagine o quanto se poderia empreender em termos de espetáculo fosse alterado o rumo e muitos membros convocados para a realização do batismo? Seria uma oportunidade ímpar e com justificativas, em função do número e de sua abrangência!

Se você tem credenciais…

No caso em discussão, tenho-o à semelhança de um policial que dá o veículo oficial para um cidadão, com as características de uma pessoa honrada, de status e como parte de contrapartida, mesmo sem que o momento exigisse tal postura, por não constituir situação de extrema necessidade. Na circunstância, o mesmo daria conta do recado, e/ou por meio de outros presentes, com a mesma graduação.

O batismo não pode ser visto como algo corriqueiro, sem importância, comum, ordinário… Ao contrário, ao lado da Ceia do Senhor ele figura como Ordenança, algo de importância a todos os membros do Corpo. Não é alguma coisa como alguém diria:

– Quer experimentar para ver como é?! Venha, experimente!

É como se o piloto de um boieng convidasse um tripulante para experimentar pilotar o avião, a 10 mil metros de altura. Caso o piloto morra, desapareça, sofra algum tipo de impedimento e o co-piloto esteja, igualmente, impedido, seria racional alguém, de preferência com um mínimo de conhecimento, tentar evitar a queda do avião.

Na ausência da audição, as mãos, os gestos por meio de caretas e sons guturais, entram em ação, mas somente em caso de necessidade, e assim por diante.

Corrupção da doutrina

Pearlman trata da organização da Igreja

Conhecendo as Doutrinas da Bíblia (Myer Pearlman, Emprevan Editora, Rio, 3ª edição, 1968), livro que impulsionou a doutrina assembleiana, diz-nos o seguinte, sobre organização da Igreja: “É evidente que o propósito do Senhor era que houvesse uma sociedade de seus seguidores que comunicasse seu Evangelho aos homens e o representasse no mundo. Mas Ele não fundou nenhuma organização ou plano e governo; não estabeleceu nenhuma regra detalhada de fé e prática. Entretanto, Ele ordenou os dois singelos ritos de batismo e comunhão. Ao mesmo tempo, Ele não desprezou a organização, pois sua promessa concernente ao Consolador vindouro deu a entender que os apóstolos seriam guiados em toda a verdade concernente a esses assuntos”.

“(…). Assim como o corpo vivo se adapta ao meio ambiente, semelhantemente ao corpo vivo de Cristo lhe foi dado liberdade para selecionar suas próprias formas de organização, segundo suas necessidades e circunstâncias. Naturalmente, a Igreja não era livre para seguir nenhuma manifestação contrária aos ensinos de Cristo ou à doutrina apostólica. Qualquer manifestação contrária aos princípios das Escrituras é corrupção” (o grifo é da própria obra).

Considerações

Cremos que um cristão verdadeiro, em casos extremos, como na ausência de um obreiro poderá realizar o batismo, mas esta pessoa deve ter conhecimentos para tal e conhecer o/a candidato/a ao batismo, para ter convicção de que o mesmo estaria compromissado realmente com Cristo, e o oficiante também deve primeiro ter passado pela experiência de conversão em Cristo (cf 2Co 5.17). O simples fato de uma pessoa declarar ser cristã não dá-lhe o direito de batizar, assim como o cidadão, no gozo de sua atribuições, como direitos e deveres perante a sociedade e que, portanto, tem poder de polícia, não pode sair por aí prendendo, multando, impondo a lei. Para isso existem pessoas credenciadas e legalmente reconhecidas pela sociedade. Se os homens são organizados assim, quanto mais o Reino de Deus!

O que se leva em consideração na crítica são fatores como:

1) Oportunidade circunstancial;

2) Usurpação;

3) Exposição de poder humano;

4) Oportunidade de demonstração pessoal e de status;

5) Consciência do que é certo e do errado.

Visão do batismo e normas da Igreja Romana

Pedobatismo: herança do catolicismo romano

No caso da Igreja Católica Romana, qualquer um pode batizar (“O ministro apropriado para batizar é o bispo, mas em sua ausência, qualquer sacerdote. Em caso da falta do sacerdote, com permissão do bispo, um diácono pode batizar. E, em caso de emergência, qualquer pessoa pode batizar, derramando água sobre a cabeça e pronunciando a fórmula trinitária”.) porque o batismo para os católicos romanos tem efeitos especiais, que fogem aos propósitos cristãos: adoção; incorporação ao corpo ‘místico’ (o grifo é nosso) de Cristo; e transforma o batizando em herdeiro do Reino e ainda santifica. Para eles sem o batismo não há salvação, daí a justificativa de batizar crianças, pois é efetivado como meio “para alcançar a vida eterna”.

Da organização às normas

Existem tanto na Bíblia quanto na própria sociedade, coisas óbvias, implícitas e que não figuram em manuais. Em países de primeiro mundo, em especial naqueles colonizados por cristãos protestantes, existem costumes que são respeitados como leis. Ninguém precisa de lei, por exemplo, para saber que não se deve urinar na rua.

Dado a isso, esse assunto é pouco explorado, pois jamais existiu a necessidade de confrontá-lo ou qualquer imposição, pressão de fora, como temos nesse registro, para a alteração. A partir dessa discussão surgirão os liberais, alguns comprometidos, outros compromissados com a Palavra, verdadeiros pensadores e teólogos, além de homens zelosos e apologistas.

Qual é o apelo à mudança?

O teólogo Jaziel Guerreiro Martins, formado pela Faculdade Teológica Batista do Paraná, em sua obra Manual do Pastor e da Igreja (MARTINS, Jaziel Guerreiro, Manual do Pastor e da Igreja/Jaziel Guerreiro Martins – Curitiba: A. D. Santos Editora, 2002. 374p.), mostra não ser conservador quanto ao tema, mas afirma o seguinte: “Por tradição, os ministros realizam os batismos e os chamados ‘leigos’ acham isso plenamente natural, pois os pastores são líderes da pregação e do ensino e tomam por obrigação do ministério a celebração da ceia do Senhor e a realização dos batismos, podendo-se adicionar cerimônias fúnebres e casamentos. Entretanto, isso não quer dizer que a realização dessas tarefas seja monopólio daqueles que fazem parte do ‘clero’. Em Atos 8 tem-se o caso de Filipe que batizava, e ele não pertencia ao grupo dos apóstolos; era um dos sete escolhidos em Atos 6, ou seja, um diácono”.

Note-se que Filipe, embora não fosse membro do apostolado, era diácono, oficial da Igreja, e sua atuação foi de um evangelista, como é citado comumente.

“A igreja local é que deve ter a palavra final sobre a questão. Ela pode autorizar, se assim o quiser, uma pessoa leiga para batizar, em caso de necessidade”. O escritor cita casos de lugares distantes, outros locais onde não existem pastores… “Nestes casos, é plenamente possível que tais líderes efetuem os batismos, caso a igreja os autorize, em caráter excepcional. Entretanto, se não há necessidade, a melhor decisão é que o pastor continue realizando batismos, pois já é algo tradicional em nosso meio, e sempre que possível a tradição deve ser mantida, embora ela não seja lei nem regulamento final sobre a questão”, diz Jaziel.

Todos?

Waine Grudem, em Teologia Sistemática (Grudem, Wayne A. Teologia Sistemática / Wayne Grudem – São Paulo: Vida Nova, 1999), afirma: “…parece não haver necessidade em princípio (grifo do original) de restringir o direito de ministrar o batismo apenas ao clero ordenado.” E segue: “No entanto, surge outra consideração: já que o batismo é o sinal de ingresso no corpo de Cristo, a igreja (cf 1Co 12.13 sobre o batismo espiritual interior), parece apropriado que ele seja feito dentro da comunidade da igreja (grifo do original) sempre que possível, de modo que a igreja como um todo possa alegrar-se com a pessoa batizada e a fé de todos os cristãos daquela igreja seja edificada. Além disso, visto que o batismo é um sinal de início da vida cristã e, portanto, de uma vida incipiente na verdadeira igreja, é apropriado que a igreja local reúna-se para dar testemunho desse fato e receba amorosa e publicamente a pessoa batizada. (…). Finalmente, se o batismo é o sinal de ingresso na comunhão da igreja visível, parece apropriado que alguns representantes da igreja oficialmente designados sejam escolhidos para ministra-lo. Por estas razões, normalmente é o clero ordenado quem batiza, mas parece não haver nenhuma razão por que a igreja, de tempos em tempos, e quando parecer apropriado, não possa convocar outros oficiais da igreja… (grifo é nosso). Por exemplo, um cristão eficaz na evangelização em uma igreja local pode ser uma pessoa adequadamente designada para ministrar o batismo aos que tiverem aceitado Cristo por meio do seu ministério evangelístico.”

Batismo no Espírito Santo (agora) desnecessário

Com humildade, para responder ao colega Altair Germano, que a pedido escreveu não haver base teológica para se exigir o batismo no Espírito Santo, no caso de aprovação de um obreiro, mesmo entendendo sua situação, devo informar que além daquilo presente em nossas práticas e resultados, manuais, livros de Teologia Sistemática e ensinado em nossas escolas bíblicas, por todo o Brasil, afirmo o seguinte:

1)      A ‘força’ assembleiana sempre fora efetivada pela ação do Espírito Santo, legado do Pentecostes, da Azusa, dos pioneiros Daniel Berg e Gunnar Vingren, que custou a eles a expulsão da igreja Batista, mas empreendeu o crescimento até hoje visto;

2)      Como pastores assembleianos pregarão (a experiência espiritual) sobre batismo no Espírito Santo se não forem batizados?;

3)      Agora que ‘descobrimos que estamos errados’ (incluindo os pioneiros de primeiro, segundo e terceiro escalões), vamos abandonar essa prática e ainda pedir perdão aqueles que não foram levados ao ministério por ausência do batismo?;

4)      Qual seria então o critério daqui para frente… Vamos imitar os nossos irmãos tradicionais e nos igualar a eles no que tange a essa questão?;

5)      A separação ao ministério, conforme entendemos, não diz respeito tão somente ao caráter e dignidade humanos, mas também ao empenho espiritual, à condição de servo, à humildade, à piedade…, como parte do aprendizado, pois como diz a Palavra: “Ninguém toma essa honra para si, senão aquele que for chamado” (Hb 4.5);

6)      Ao menos, o nosso maior exemplo, o apóstolo Paulo diz-nos o seguinte: “… fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder” (Ef 3.7).

Posição das Assembleias de Deus no Brasil

Gunnar Vingren e Danie Berg: fiéis e honrados por Deus

A posição adotada pelas Assembléias de Deus no Brasil é o que interessa, pois sua posição é contrária à pratica de ordenanças fora do ministério. Temos isso por meio de registros, tradição e por manifestação do Conselho de Doutrina, a pedido da própria CGADB.

Pastor Antonio Torres Galvão, em seu artigo A doutrina dos batismos (1a quinzena de janeiro de 1937, pág. 5), conforme já citado, reflete a tradição bíblica, histórica e assembleiana ao afirmar ser o batismo cristão descrito em Mateus 28.19, ser “o rito de iniciação na Igreja de Cristo. Foi instituído pelo próprio Salvador. É de caráter universal, como o é toda a doutrina de Jesus, e é administrado pelos “bispos”, “anciãos” ou “presbíteros”, aos convertidos ao Senhor…”.

Manifesto do Conselho de Doutrina sobre o Movimento Grupo G-12

Dentre as críticas enumeradas pelo Conselho de Doutrina, por ocasião do aparecimento da Igreja em Células e G-12 no Brasil, publicado pelo Mensageiro da Paz (1 a 15 de maio/2000, pág. 10-11), em seu 8º item (Culto de Aproximação – ou Célula), o Conselho afirma: “O G-12, na sua formação celular, descaracteriza o modelo bíblico de Igreja, em alguns pontos, a saber: (…) c) as células têm autonomia de batizar os novos cidadãos do grupo, dentro de algumas situações, como: distância e tempo”.

Para reforçar a ideia implícita de estrutura organizada com suas hierarquias e funções específicas, aprovadas pelo Senhor, citam os seguintes versículos: “JESUS TAMBÉM FOI BATIZADO – para em tudo ser o nosso exemplo. Mateus 3.13-15 – ‘Então veio Jesus da Galileia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu’” e “OS DISCÍPULOS TAMBÉM PRATICAVAM este mandamento de Jesus – Atos 2.37-39 – ‘E, ouvindo eles isto, compungiam-se em seu coração, e perguntavam a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos varões irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor”’ (Grifos do texto original). Onde se lê ‘células’ leia-se membros (‘leigos’).

Fotos/Crédito: www.meionorte.com; Blog do pastor José Wellington e batismopnspsocorro.blogspot.com

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Confesso que fiquei pasmo, estarrecido, estupefato e não menos triste, quando vi em plena televisão, no programa Movimento Pentecostal, pela Rede TV (dia 12), o diretor da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, Ronaldo Rodrigues de Souza, batizando uma pessoa em águas, em igreja no Rio.

Ocorre que Ronaldo nunca fora consagrado a qualquer função ministerial por não ter recebido o batismo no Espírito Santo. Na doutrina pentecostal, em especial assembleiana, todo e qualquer obreiro para ser levado tanto ao ministério quanto ao oficialato da igreja, necessita, primeiramente, passar pela confirmação do Senhor, que se dá pelo batismo no Espírito Santo.

O batismo é uma ordenança conforme doutrina cristã

Desde os diáconos a Bíblia estabelece a escolha de irmãos ‘cheios do Espírito Santo’. “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos… E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio… E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé”, At 6.1-7 e ainda: “fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação de seu poder”, Ef 3.7

“Não removas os limites antigos”

Sob o título A doutrina dos batismos, um dos pioneiros assembleianos Antonio Torres Galvão, escreve no Mensageiro da Paz (1a quinzena de janeiro de 1937, pág. 5) e ensina que “O batismo com o Espírito Santo e fogo (Mt 3.11, Mc 1.8, Lc 3.16 e Jo 1.33)… também chamado ‘o poder do alto’ (Lc 24.49) ‘a promessa do Pai’ (At 1.4), ‘o dom do Espírito Santo’ (At 2.38), ‘o dom de Deus’ (At 8.20) e ‘o selo da promessa’ (Ef 1.13), implica preparo para trabalho, correspondendo à unção com azeite, mencionada no Velho Testamento e ministrada aos que eram chamados ao ministério do Senhor”.

“O batismo com o Espírito Santo é ainda uma prova da ressurreição e glorificação do Senhor Jesus Cristo. Por isso é administrado pelo próprio Filho de Deus. As condições para se receber este batismo, encontramos nos capítulos 14, 15-16 do Evangelho segundo João (…) “…apesar de pertencer à esfera terrestre do Reino de Deus é, todavia, de caráter espiritual, visto que é administrado pelo próprio Senhor Jesus Cristo. O quarto faz parte da nossa disciplina e experiência, a fim de que sejamos aptos para toda a boa obra (2Tm 3.17)”.

Nunca se teve notícia, nem na história bíblica e muito menos na da assembleiana de um membro da igreja batizar outro. Será que os padrões assembleianos serão desprezados? Que o legado deixado por nossos pioneiros será jogado às traças? Isso é um verdadeiro absurdo e por isso não pude deixar de expressar-me, pois trata de ataque à base doutrinária e, sem ela, seríamos reduzidos ao Movimento G-12. Desde o princípio, a partir da escolha dos apóstolos, está patente o selo do Espírito: “…veio sobre eles o Espírito Santo e falavam em línguas…” (At 19.6) e ainda sobre a direção da escolha: “… pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28).

Relapso

A quebra de paradigmas que representam o vigor da doutrina cristã reflete o relaxamento da nossa identidade e a perda de representação e respeito adquiridos ao longo desses 100 anos. A Assembleia de Deus no Brasil sempre recebeu o respeito pela representatividade, que ocorre pela preservação e proximidade da doutrina genuinamente cristã.

Sabedor das diretrizes doutrinárias bíblicas, Ronaldo fez questão de inserir sua imagem batizando uma pessoa em águas, uma vez que a palavra final de cada edição do programa (revisão final e aprovação de imagens) é dada por ele. A Bíblia é clara quanto ao desejo humano de possuir o espiritual à revelia: “O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu” (Jo 3.27).

É o mesmo vento que aprova participação da Ceia do Senhor de pessoas não batizadas, de igrejas tidas como cristã, incluindo o catolicismo romano etc. Também de descaracterização do batismo nas águas, aceitando o pedobatismo e o de aspersão, dentre outras formas teológicas liberais. A Bíblia chama a atenção dessas tendências humanas: “e a unção, que vos recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nela permaneceis”, 1Jo2.27.

É a expressão do verdadeiro desprezo, tratamento com desdém das coisas sagradas. No memorial da Ceia do Senhor a Bíblia trata dos que não distinguem o corpo do Senhor, por não fazerem separação entre o sagrado e o comum, ordinário. O apóstolo Paulo ainda chama a atenção para a observação das ‘diretrizes básicas’ cristãs.

Inovação e novos modelos

Pastor Esequias Soares ensina que “Os fundadores de seitas costumam usar supostas revelações para enganar o povo”, como o G-12, justamente por estabelecer fundamentos em pensamentos humanos e não na Palavra de Deus. Somente a Bíblia é a fonte de autoridade na fé cristã (Is 8.20). Na filosofia da Igreja em Células “todos os crentes têm a unção e a capacidade para o ministério pastoral, assim, todos os crentes são pastores”, a partir de “princípios subjetivos”.

Esequias cita Valnice, notadamente “contra o atual sistema de governo da igreja, dizendo: ‘O modelo tradicional de igreja, centralizado em um pastor, um prédio e programas, já teve 17 séculos de atuação e deixou metade do mundo não evangelizado’. Mais adiante acrescenta’: ‘No modelo de Bogotá toda a estrutura visa, de fato, fazer de cada discípulo um ministro, um líder… (Valnice Milhomens, Op. ci., pp. 40-43).’”

Pastor Geremias Couto, ao falar de “possíveis distorções”, diz das chamadas “Igrejas Amigáveis (água com açúcar)”, com a ideia de que “a igreja precisa estar aberta ao novo, mas nem tudo que é novo é bom. Nem toda novidade tem legitimidade. É necessário pensar”, e sentencia: “Não é preciso mudar o modelo assembleiano, que tem funcionado no decorrer do tempo. Davi não sabia usar a armadura de Saul, mas sabia perfeitamente usar a funda, com eficiência que ia além da capacidade ou condições de vencer batalha que a armadura oferecia a Saul”.

“Ninguém toma para si essa honra, senão aquele que é chamado”.

Foto: Blog Missões aos Povos

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Sérgio Menezes e a cantora Marina

O conhecido fotógrafo cristão (evangélico) Sérgio Menezes morreu ontem, no início da noite, em queda de ultraleve. Sérgio voava com o seu cunhado Benoni, dono e piloto da aeronave, que caiu numa lagoa na própria área do Clube Céu de Ultraleve, atrás do Autódromo de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Benoni era filho do deputado federal batista Arolde de Oliveira e irmão da cantora evangélica Marina de Oliveira. Sérgio estava casado havia 2 anos com Marina.

Os bombeiros foram avisados por volta das 18h30 e um helicóptero do Grupamento de Operações Aéreas (GOA) da Lagoa tentou resgatá-los. Porém, os dois teriam morrido afogados e ainda não se sabe o motivo do acidente. Sérgio pretendia produzir fotos aéreas do Rio de Janeiro.

Sérgio Menezes, 44 anos, fotógrafo conhecido por suas qualidades profissionais, possuía um grande estúdio na zona sul do Rio. Durante o período que gerenciei o Jornalismo da CPAD, por várias vezes, estive com Sérgio Menezes, ao lado de colegas editores, pautando trabalho fotográfico, especialmente aqueles que exigiam maior perfeição, como capas de revistas.

Ele sempre se mostrou amistoso, sorridente e fraterno, além de excelente profissional. Tive a satisfação de visitar seu estúdio, por ocasião da produção das fotos dos 15 anos de minha filha Élen. Sérgio sempre teve criatividade e, portanto, suas produções dispensam comentários.

De origem humilde, Sérgio passou por muitas dificuldades até chegar a ser reconhecido empresário no ramo fotográfico. Começou sua carreira como office-boy na editora, recebeu de um irmão-amigo o apoio para comprar uma simples máquina e agarrar a oportunidade, na área fotográfica, para nunca mais parar. As principais produções fonográficas cristãs evangélicas têm a assinatura de Sérgio Menezes.

No twitter ao noticiar o acidente, pastor Geremias do Couto, disse: “Há dois dias Sérgio Menezes falou conosco e nos informou que, no Colorado, de onde chegara domingo, teve um encontro profundo com Deus”. É o nosso conforto – a gloriosa Esperança!

Foto: www.mkmusic.com.br

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Pastor Santos deixa marcas e uma história. Foto: AD Penha

Partiu para a Eternidade hoje, por volta das 6h45, no Hospital São José, em Botafogo, Rio, pastor José Santos, com 83 anos. Ele estava internado após sofrer infarto há cerca de 10 dias. Depois do coma induzido teve falência geral dos órgãos e faleceu. Pastor Silas Malafaia, seu vice-presidente, assumirá a presidência da igreja em assembleia, quando deverá eleger o seu vice, segundo informações da própria igreja. A Assembléia de Deus na Penha, Grande Rio, a qual pastor Santos liderava há 50 anos, tem cerca de 15 mil membros e 100 congregações, divididas entre os Estados do Rio, Pernambuco (Recife), Espírito Santo, Minas Gerais e outros.

Pastor Santos permanecia na ativa e não perdia nenhum culto, todos dirigidos por ele, desde a abertura até o seu término.

Seu corpo será velado na própria igreja, a partir das 17h de hoje, à Rua Montevidéu, 1.191.  A cerimônia fúnebre será realizada amanhã, a partir das 9h e seu sepultamento deverá ocorrer às 14h, no Cemitério da Saudade em Sulacap, Zona Oeste do Rio. No mesmo dia, em função do fato, não haverá Culto da Vitória na igreja, que permanecerá aberta durante a noite toda de hoje.

Pastor Santos deixa viúva Maria Leal dos Santos, com 76 anos, filhos e netos. Dentre todos, destaca-se o seu genro, o tele-evangelista e dono da Editora Central Gospel, conhecido nacionalmente, pastor Silas Malafaia, que também é o primeiro vice-presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).

 Da estação ferroviária a uma viagem distante

Nascido em 30 de abril de 1927, em Baltazar (RJ), perdeu cedo sua mãe e recebeu cuidados de uma prima. Ainda adolescente e trabalhador rural, não perdia bailes e festas. Depois trabalhou na Estação Ferroviária Leopoldina, em Santo Antônio de Pádua (RJ).

Em 1948, em culto realizado na casa da então futura esposa, irmã Maria, José Santos recebeu Jesus como o seu Salvador. A partir de então, o animador de festas católicas romanas, em especial de Folia de Reis, bebedor de cachaça, era um cristão. Sua conversão fora motivo de apostas:

– Ele não vai permanecer!

Mas, no dia 13 de novembro do mesmo ano, fora batizado no Espírito Santo, e em 2 de janeiro, passara pelas águas batismais.

Casou-se no dia 29 de julho de 1950, e desde então não parou de empregar-se na obra do Senhor. Passou a ser pregador itinerante nas cidades de Baltazar, Aperibé e Itaocara, até chegar ao ministério em 1953. Foi comissionado pela AD em São Cristóvão (Grande Rio) e trabalhou como evangelista na cidade de Carangola (MG), onde permaneceu por 11 anos. Depois passou por Valença por pouco mais um ano, e logo em seguida, assumiu a AD na Penha, em 1963. Nesta época, era congregação da AD em São Cristóvão.

Clique aqui e assista um vídeo do Pastor José Santos.

Atualizado às 19h22

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