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Posts Tagged ‘Natal’

Ao aproximarmos de mais uma comemoração da revelação do SENHOR Jesus ao mundo, nota-se algumas contradições e ambiguidades, com variação de acordo com a (loja de) conveniência, interesse pessoal, comercial, político e religioso, e não do ponto de vista da piedade.

Existe uma tentativa velada de desconstruir o real significado da revelação do Messias ao mundo, conforme preconizado pelo profeta messiânico Isaías, 7 séculos antes:

´Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto’, 9.6-7.

Entretanto, a figura do Natal nada tem que ver com um Filho, pois o que temos é a substituição da figura central por um velho, por vezes mal apresentado, no mínimo, improvisado e mal-ajambrado.

Do Principado ou Governo temos a figura de um cenobita, que reaparece de vez em quando. Quanto ao Seu caráter ou aquilo que Ele representa ser, a figura mais cortejada é inonimada e carrega somente um eufemismo, mais precisamente o agnome Papai Noel.

Concernente ao extraordinário Pai da Eternidade adotou-se o simples e ordinário Papai Noel, que não entra no coração do homem, mas sorrateiramente pela chaminé!

Carrega um pesado saco cheio de pacotes, a envergar o velhinho, enquanto o Deus Forte, promete um ‘fardo leve e um jugo suave’, sob a frase restauradora: ‘Eu vos aliviarei!’.

Do cortejo de anjos, a anunciar a chegada do EmanuEl, o ‘Deus conosco’, tem-se um trenó puxado por pesadas e chifrudas renas voadoras, e diabinhos travestidos de homenzinhos verdes apopléticos, mas agora tão dóceis…

Toda a comitiva gloriosa proveniente dos Céus, a atravessar o tempo e o espaço, agora é reconstruída pela carruagem proveniente do Polo Norte.

O milagre, o extraordinário a revelar o Deus Criador, passa a ser magia, de mágica, mandraquice…, por vezes sinônimo de bruxaria.

São formas insipientes, que tentam apagar da memória, não propriamente Jesus, mas o real significado da revelação do Messias, o Cristo. A própria singeleza de coração do Deus Conosco, sofre a tentativa de câmbio, para festas cheias de luxo, cores e exuberância, sem divorciar-se da luxúria, não retratando a mensagem do Cristo Vivo, que busca tirar o homem da efêmera existência humana, para a gloriosa Vida Eterna, a levar centenas de embriagados pela cilada dos hominhos de verde, escondidos nos bosques, ao redor da deusa Azera, na festa, à moda Dionísio.

‘Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido’, Lc 19.10.

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 Pr. Santana1Partiu para a Eternidade no último dia 22 (jun), às 10h, pastor Raimundo João de Santana, presidente de honra da Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte, com matriz em Natal. Ele havia passado a presidência ao atual líder, pastor Martin, no dia 6 de janeiro de 2012. Seu corpo foi sepultado no dia seguinte – domingo – no cemitério em Parnamirim (RN).

Estivemos com ele algumas vezes e somos testemunhas de sua vida piedosa. Em uma delas, gravamos e editamos sua entrevista em vídeo na série Obreiro Aprovado, lançada pela CPAD. Foi um homem admirável, equilibrado, respeitado, temente e piedoso.

Quando pastoreou a igreja em Caicó (RN), exerceu expressiva liderança espiritual o que ocasionou o crescimento do número de novos convertidos e templos. Sua notoriedade, por meio da atividade eclesiástica chegou a despertar o interesse político. Por diversas vezes foi convidado por políticos locais a se candidatar a prefeito da cidade. A todos os convites declinou educadamente porque sua missão sempre fora com o Senhor Jesus, pois fora chamado para ser pastor de ovelhas e não político, justificava.

Segundo ele, o homem chamado por Deus deve renunciar coisas caras, importantes em troca de outras a que se vê, apenas pela fé. Deus não recebe em sua obra, homens que estejam presos a quaisquer coisas que representem valores materiais. Quando o homem se dispõe a renunciar a tudo então se coloca dentro dos propósitos divinos.

Esses referenciais compõem os propósitos da vida de um homem que desde a sua juventude tem-se apresentado como escolhido do Senhor. Raimundo Santana separou-se do mundo para a realização de uma obra mais importante que qualquer outra atividade, em qualquer um dos diversos segmentos que a vida secular proporciona.

 Vida e ministério

Pastor Raimundo, nasceu no município de Nísia Floresta (RN), em 13 de dezembro de 1924, teve toda a sua história devotada à obra do Senhor. Consagrado a diácono em 1950, presbítero em 1953 e ao pastorado em 1962. Pastoreou igrejas em Santa Cruz, Caicó e Parnamirim.

Aos 20 anos de idade, contraiu núpcias com irmã Ivone Oliveira de Santana, no dia 29 de fevereiro de 1944. Dessa união nasceram as filhas Mirian Oliveira Santana, com o Senhor; Marli Oliveira de Santana Bezerra; Marlene Oliveira de Santana Souza e Marlúcia Oliveira de Santana Varela.

Raimundo Santana recebeu Jesus no dia 6 de junho de 1944, justamente no templo-central da AD em Natal, que anos mais tarde passou a ser o seu presidente. Na época, o líder era o saudoso pastor Eugênio Martins Pires.

No leito de dor, horas antes de ser recolhido a Glória, pastor Pires recomendou ao então presbítero Raimundo Santana:

– Tenha Cuidado com a Doutrina.

Seis meses após receber Jesus, também no templo-central, pastor Santana foi batizado em águas. Dois anos depois, em uma vigília de oração, num dos bairros de Natal, recebeu o batismo no Espírito Santo.

Após trabalhar como auxiliar, em 9 de agosto de 1950, foi separado para o Diaconato; exatamente 3 anos após, ao Presbitério e em 29 de julho de 1962, foi ordenado ao ministério de Cristo.

Suas atividades eclesiásticas se estenderam pelos bairros de Rocas, Regomoleiro, Redinha, Mãe Luiza, Lagoa Seca, Nova Descoberta, Igapó e na Rua do Motor.

Cumprindo sua missão ministerial e eclesiástica no Rio Grande do Norte, em julho de 1960 foi enviado pela Convenção de Ministros da Assembléia de Deus do Estado (Cemadern) para trabalhar na região do Seridó, na cidade de Caicó, onde construiu vários templos, inclusive o templo-matriz, inaugurado em 1962.

No mesmo local, também fundou a Escola Primária da Assembleia de Deus e o Centro Social. Instalou naquela região, expressiva obra social, espiritual e eclesiástica na região. Mesmo após sua saída, os comentários ainda enfatizam as atividades desenvolvidas pró-Reino, durante os 11 anos passados ali.

 Com a trágica morte do pastor-presidente da Assembleia de Deus, no Rio Grande do Norte, João Gomes da Silva, vítima de acidente automobilístico, pastor Santana foi eleito, no ano seguinte, presidente da Ieadern, sob o cuidado de não fazer campanha para tal.

Marcas do ministério

Entre suas características está a de ser um homem pacífico e notavelmente piedoso. Por isso, quando nota a presença de alguém apressado, não hesita em dizer:

– Deixa de afogadilho!

Em 2008, durante as festividades dos 90 anos da AD no Estado, a Ieadern realizou na Praia do Forte, o maior batismo da história do Rio Grande do Norte, com 2,1 mil batizandos.

Todos quantos falam desse homem de Deus, sempre procuram as melhores construções como forma de enaltecer sua atuação na Igreja do Senhor. “Ele tem a unção de Deus”, alegam além de ser um homem zeloso.

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“E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”.

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Pôr do sol no pantanal sul-mato-grossense (Foto que tirei durante gravação para o Programa Movimento Pentecostal) – Corumbá ao Paraguai

Com a queda do homem, a partir de Adão e Eva, nossos primeiros pais e criados pelo Senhor, o próprio Criador prometeu dar-nos uma saída para o pecado, gerador da morte. Ele prometera levantar o Salvador da semente da mulher. Assim como o Inimigo derrotou o humano, o mesmo humano (Cristo em forma humana) destruiria o sistema de domínio do mal – o reino diabólico.

A promessa se estabelecera em Gênesis 3.16: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” e a declaração da libertação está revelada em João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (até o verso 19).

Jesus Cristo – o Messias dos judeus – é anunciado pelos profetas do Velho Testamento. O mais enfático é Isaías, que viveu por volta de 740aC. Isaías chega a enfatizar o sofrimento do Senhor na cruz, em seu capítulo 53:

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”.

Da linhagem de Judá

E Jesus nasce em Belém da Judéia, pois era descendente da linhagem de Davi – da região de Judá – de onde deveria nascer o Messias, conforme anunciado pelos profetas. Embora seus pais morassem na desprezível Galiléia, taxada pejorativamente de Galiléia das Nações ou dos Gentios, por causa da mistura de etnias, eram descendentes da Tribo de Judá e, no alistamento, imposto por Roma, tiveram de descer a Jerusalém, capital da Judéia. Lá, na vizinha cidade de Belém, nasce Jesus.

Com o alistamento, não mais havia vagas nas estalagens de Belém. As estalagens – como o próprio nome indica – eram um tipo de hotel, usado por viajantes. Como na época o transporte era por meio de cavalos, as estalagens contavam com local próprio para descanso e troca de cavalos, em especial por mensageiros – um tipo de correio.

Foi o local oferecido aos pais de Jesus – Miriam (o latinizado Maria) e José. Miriam era uma jovem, possivelmente com os seus máximos 16 anos, uma jovem-mulher e santa. Tanto ela quanto José pertenciam à linhagem de Judá.

O menino cresce ao lado do pai, um carpinteiro, mas, aos 12 anos, pouco antes de entrar para a fase adulta e de responsabilidade sócio-religiosa, que ocorre aos judeus aos 13 anos, é visto entre os mestres, os doutores da Lei (daí procede o termo tão usado hoje por especialistas em determinados segmentos) falando ‘dos negócios de meu Pai’, pois quando os pais o encontram, recebem essa resposta:

“E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. Ora, todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa; e, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe.

Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; e, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?

E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas. E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lucas 2.39-52).

Seu Nome

Ele recebeu o nome de Jesus (Salvador), o seu nome humano e Cristo, o nome divino, que significa Ungido ou Enviado por Deus (Messias). Porém, seu nome completo é Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor e Salvador, iniciais que, no grego, formam o acróstico – Ictus (o grego não tem jota, por isto inicia-se com ‘i’.  Ictus é peixe no grego, daí o símbolo-ícone usado pela Igreja primeva, inclusive como desenho de identificação, durante as perseguições.

Portanto o Senhor foi “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor”, Rm 1.4.

Formosura e glória

Embora a visão de Isaías 53 ser muito forte e por isso mesmo levar-nos a pensar em sua representação física, como identidade perene – sem parecer nem formosura –, essa visão indica o momento durante o sofrimento na cruz, pois o Senhor manteve todas as características de um homem perfeito tanto pela santidade de Miriam e respectiva descendência, quanto pela semente do Espírito – o Unigênito do Pai (único do gênero).

Por fim, o retrato Dele à Igreja, por revelação em glória, está descrito em  Apocalipse 1.12-18:

“E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro. E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas. E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. E eu, quando vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”.

 FELIZ NATAL

Em especial nos dias natalinos, tende-se a misturar mercado, marketing, consumismo, culminando em uma comemoração ambivalente. Entretanto, é importante não esquecer que o Filho do Criador nasceu e ‘habitou entre nós’ (Jo 1.14): construiu uma segura casa e nos convida a habitarmos nela.

Dentro dessa metáfora, está o fato de a cultura oriental manter o seu convidado em plena segurança, sem importar-se com o custo disso. No caso de Jesus Cristo, para dar-nos plena e eterna segurança, o custo foi a sua própria vida, pois “O castigo que nos traz a Paz estava sobre Ele” (profeta Isaías).

Para entender a sua mensagem, nem sempre clara nas palavras humanas, a ação criadora do ‘Haja luz’, ilumina a compreensão humana pela própria excelência de sua revelação. Com isto, os nossos efêmeros passos brilharão, até que haja abundância de conhecimento, para a experiência de uma vida próspera e acima do factual.

Portanto, a revelação de sua grandeza reduz a existência humana a uma semente, para que uma nova Vida de sublimidade possa brotar.

Nele!

Mesquita, Antônio

Ministro do Evangelho de Cristo

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A comemoração do Natal está revestida de prós e contras. O primeiro questionamento diz respeito ao mês de sua comemoração. Sabe-se hoje, que o Senhor não nascera durante as chuvas e inverno do mês de quisleu, o 9º do calendário judaico e equivalente a dezembro.

As chuvas e o inverno, próprios do mês, conforme Cantares 2.11 (“Porque eis que passou o inverno; a chuva cessou, e se foi”. Leia também Esdras 10.9,13), impediam que pastores e rebanhos ficassem expostos à noite, conforme narrativa do nascimento do Senhor em Lucas 2.8: “Ora, havia naquela mesma região pastores que estavam no campo, e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho”, ocorrência própria do verão.

Portanto, o mês mais tardio do nascimento de Jesus é setembro e a época mais provável está entre julho e setembro. A data exata não se sabe.

Existem ainda os exageros adotados a partir de Constantino, como o presépio, verdadeira iniciação a formas idolátricas.

Como se percebe, pecamos pelo excesso, pois não precisamos de dias e datas, sol e luas para apoiar nosso serviço ao Senhor, como o apóstolo Paulo exorta em Gálatas 4.8-11: “Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco”.

Ainda em Colossenses 2.16-18 temos a seguinte observação: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão”.

A comemoração

Por outro lado, a comemoração do Natal figura como marco e contraponto à tentativa de esvaziamento cultural à Verdade Absoluta (“Eu Sou a Verdade”, Jo 14.6), sob a força do Relativismo e outros ismos profanos, que impõem ao mundo o ‘deus deste século – “O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2.4) –, na tentativa de varrer o sagrado ou reduzi-lo ao profano, temporal, secular.

Mas o Natal se fecha em si mesmo, com o nascimento do Senhor, pois a obra de Expiação se consolida na Glorificação, após a Ressurreição, a nossa maior e mais importante festa, a Páscoa cristã ou Ceia do Senhor (1Co 7.5).

Porém, não há mal em si comemorar o Natal. O nascimento do Senhor fora anunciado pelo sinal no céu a conduzir os sábios do oriente (magos) e ainda profetizado por Isaías 9.6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.

Exageros

Deve-se ter a consciência do que se comemora e o conhecimento Dele, sem deixar-se levar pelos apetrechos humanos, como o apelo de mercado, quando as pessoas usam o momento para mostrarem-se superioras e cheias de luxo, a retratar 1Coríntios 11.17,21, quando os mais abastados comiam e até se embriagavam, a pecar pelo excesso, enquanto os pobres ficavam à margem da ‘festança’, num verdadeiro ‘ajuntamento para pior’.

Por fim, podemos dizer que mais importante que passar somente por um dia de Natal feliz é ir além da nossa data natalícia, por meio da experiência de receber ao Senhor como Salvador, a provocar a renúncia aos preceitos que norteiam as expectativas do homem natural, e, aí sim, teremos um Natal feliz todos os dias (pelo novo nascimento Nele), pois “se morrermos com Ele, também com Ele viveremos”, 2Tm 2.11.

Feliz Natal!

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Comemorar o Natal permanece como algo não completamente definitivo e ainda gera muita polêmica entre protestantes, evangélicos históricos e pentecostais, cristãos nominais, católicos apostólicos romanos e o mundo secular. A questão da exploração comercial do dia passou a ser o grande entrave para muitos. A data-símbolo do nascimento Daquele que trouxe a riqueza plena ao homem, ao resgatá-lo da prisão imposta pelo desenfreado desejo do ter, pelas paixões humanas e riquezas temporais, instituiu justamente o inverso.

São poucas as indicações que não fogem dos registros de arrogância humana, exageros, comilança, bebedice com iniciação às drogas por meio do álcool, demonstração de poder, beleza e riqueza, que realçam ainda mais a diferença entre miseráveis, pobres e ricos, religiosos cristãos natalescos e reais seguidores de Cristo.

Jesus veio ao mundo justamente para quebrar tais cercas e estabelecer a unidade por meio de sua Igreja (o Corpo de Cristo): “querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguenos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente”, Ef 4.12-14.

Porém, o desvio imposto pela maldade humana não tira o mérito da comemoração do nascimento de Jesus, seguindo padrões de modéstia e comedimento. Também deixar de comemorar o 25 de dezembro, não implica em falha alguma, pois o mérito da obra expiatória de Cristo está no todo: nascimento, ministério, julgamento e sacrifício expiatório, morte, ressurreição, ascensão e glorificação. A última fase, portanto, tornou-se a mais importante. Aliás, a grande festa cristã não é a do nascimento do Senhor, mas a de sua ressurreição – que é a “nossa Páscoa” (passagem), conforme Paulo mostra em 1Coríntios 5.7; 11.24-26.

Na verdade, a comemoração natalícia de Cristo começou com o advento da Igreja Católica Romana, no século 4, e jamais passou pelo conhecimento da Igreja Primitiva, mas sim a ressurreição, o Memorial do Senhor, a partir da ordenança: “em memória de mim” (1Co 11.24-25).

Dezembro jamais

O nono mês do calendário judaico (quisleu) se encaixa no nosso calendário entre novembro e dezembro, portanto época de chuva e frio. Em Israel é estação de inverno  com registro de chuvas (“Porque eis que passou o inverno: a chuva cessou e seu foi” e “… era o nono mês, no dia vinte do mês;… por causa das grandes chuvas. (…). Porém o povo é muito, e também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora”, Ct 2.11 e Ed 10.9,13).

A contradição das datas está na informação que aponta para a presença de pastores e seus respectivos rebanhos nos campos, nas madrugadas, por ocasião do nascimento de Jesus (Lc 2.8).

Como vimos os judeus se protegiam à noite, em especial os pastores, por ser uma época tipicamente chuvosa – de chuvas temporãs, para a semeadura de cereais iniciadas em outubro. Era ainda tempo de intenso inverno e os pastores ficavam, portanto, impedidos de estarem nos campos no período noturno. A presença nos pastos ocorria na estação de verão, quando pastores e ovelhas se expunham livremente, o que não ocorria em dezembro.

As possíveis épocas do nascimento de Jesus

A data do nascimento de Jesus é totalmente desconhecida e ocultada pelo Criador. Com que propósito? De não estabelecer comemoração? Ou para realçar a importância da Ressurreição? Não sabemos, mas uma coisa é certa, ela pode estar situada entre junho e setembro – tempo das primeiras uvas (sivã/tamuz), verão – frutas frescas (tamuz/abe), colheita (abe/elul) e cultivo da terra (elul/tisri*).

Em Junho

Conforme notícia da BBC Brasil, postada na internet, pesquisa realizada pelo astrônomo australiano Dave Reneke, Jesus teria nascido no dia 17 de junho.

Segundo o pesquisador, a ‘estrela de Natal’ indicada na Bíblia e seguida pelos magos** (“Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo”, Mt 2.2), conforme rastreamento a partir de um software, permitiu rever o posicionamento de estrelas e planetas há milhares de anos, e analisar o ocorrido na época.

 Diferentes datas

A comemoração do Natal no dia 25 de dezembro fora instituído em 325. A Igreja Ortodoxa comemora no dia 6 de janeiro e a Igreja Armênia no dia 16 de janeiro.

Dezembro foi usado para coincidir com a comemoração do Solstício – homenagem ao deus Sol – dos romanos. Na época, Constantino, imperador Romano, já havia assumido o Império, influenciando a Igreja a partir de sua posse em 313. Constantino se impôs e foi aceito como líder maior da Igreja, que, desde então, começou a traçar novo rumo, contrariando suas origens.

Diante de tantas informações, de pessoais referenciais que servem de exemplo, paira a dúvida que nem sempre a informação desfaz. O envolvimento imposto pela própria natureza dos dias atuais também é outra razão que não nos deixa muitas opções. A tradição é ainda impressionante e, diante de tudo isso, recorremos a 1Coríntios 6.12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”. Por outro lado, uma coisa é certa: o nascimento do Senhor Jesus deve ser rememorado todos os dias, “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.  

Notas

*Os meses judaicos (calendário hebraico) não coincidem com o calendário ocidental e se registram sempre entre dois meses: iniciam no meio de um e adentra no período do seguinte.

**A Bíblia não indica que os magos eram 3 e tampouco que eram reis: “… eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém”, Mt 2.1. “Os três reis magos” é informação pertencente à tradição católica romana.

 

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