Ao aproximarmos de mais uma comemoração da revelação do SENHOR Jesus ao mundo, nota-se algumas contradições e ambiguidades, com variação de acordo com a (loja de) conveniência, interesse pessoal, comercial, político e religioso, e não do ponto de vista da piedade.
Existe uma tentativa velada de desconstruir o real significado da revelação do Messias ao mundo, conforme preconizado pelo profeta messiânico Isaías, 7 séculos antes:
´Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto’, 9.6-7.
Entretanto, a figura do Natal nada tem que ver com um Filho, pois o que temos é a substituição da figura central por um velho, por vezes mal apresentado, no mínimo, improvisado e mal-ajambrado.
Do Principado ou Governo temos a figura de um cenobita, que reaparece de vez em quando. Quanto ao Seu caráter ou aquilo que Ele representa ser, a figura mais cortejada é inonimada e carrega somente um eufemismo, mais precisamente o agnome Papai Noel.
Concernente ao extraordinário Pai da Eternidade adotou-se o simples e ordinário Papai Noel, que não entra no coração do homem, mas sorrateiramente pela chaminé!
Carrega um pesado saco cheio de pacotes, a envergar o velhinho, enquanto o Deus Forte, promete um ‘fardo leve e um jugo suave’, sob a frase restauradora: ‘Eu vos aliviarei!’.
Do cortejo de anjos, a anunciar a chegada do EmanuEl, o ‘Deus conosco’, tem-se um trenó puxado por pesadas e chifrudas renas voadoras, e diabinhos travestidos de homenzinhos verdes apopléticos, mas agora tão dóceis…
Toda a comitiva gloriosa proveniente dos Céus, a atravessar o tempo e o espaço, agora é reconstruída pela carruagem proveniente do Polo Norte.
O milagre, o extraordinário a revelar o Deus Criador, passa a ser magia, de mágica, mandraquice…, por vezes sinônimo de bruxaria.
São formas insipientes, que tentam apagar da memória, não propriamente Jesus, mas o real significado da revelação do Messias, o Cristo. A própria singeleza de coração do Deus Conosco, sofre a tentativa de câmbio, para festas cheias de luxo, cores e exuberância, sem divorciar-se da luxúria, não retratando a mensagem do Cristo Vivo, que busca tirar o homem da efêmera existência humana, para a gloriosa Vida Eterna, a levar centenas de embriagados pela cilada dos hominhos de verde, escondidos nos bosques, ao redor da deusa Azera, na festa, à moda Dionísio.
‘Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido’, Lc 19.10.