Pr. Mesquita: Bem, a minha salvação ocorreu de forma paulatina. Quando criança morava ao lado de uma Igreja presbiteriana. Meus pais eram católicos romanos e também mantinham certas crenças espíritas, como o grande grupo católico. Nessa igreja, com meus irmãos, freqüentávamos a Escola Dominical. Era muito pequeno e nem mesmo lembro-me dos ensinos. Porém, a Palavra foi plantada em minha alma. Já adolescente, sentia grande luta na minha alma no que diz respeito às incertezas referentes à Eternidade, morte, Céu e Inferno. Havia uma necessidade em mim. Certa vez, o Senhor apareceu a mim em sonho. Jesus estava de vestes brancas e servia a muitos em uma grande mesa, onde eu estava também assentado nela, como um quase estranho no “ninho”. Naquele momento, perguntei a Ele o que era preciso para que eu pudesse entrar no seu Reino (Céu). Ele disse-me que seria necessário orar por uma semana. Acordei chorando.
– Bem, então vamos entrar em contato…
Fui para Pinda e desde então passei a atuar no ministério por meio da evangelização, atividades com jovens, liderando congregação, e antes, correndo o campo para dar minha cooperação, muitas vezes com jovens. Minha viagem era de ônibus ou trem. Comia na casa do obreiro, onde também dormia. Cooperava durante o dia todo de domingo, desde manhã na Escola Dominical, depois no ar-livre à tarde, e no culto à noite. Orávamos por enfermos, para a expulsão de demônios e salvação de vidas.
Trabalhei em congregações em algumas regiões do interior do Estado e ministrei em alguns seminários. A primeira congregação que dirigi era de pau-a-pique e piso de barro batido. A luz era uma lamparina sobre o púlpito. Foi uma grande bênção.
2. Alerta final: Como educador e jornalista, qual sua análise do conhecimento bíblico na igreja hoje?
Pr. Mesquita: O conhecimento bíblico na igreja hoje está bem aquém do mínimo necessário. Daí ocorre os desvios quanto aos objetivos da Igreja. A Bíblia diz que somos salvos pelo conhecimento (de Cristo, Cl 1.24 a 2.2-3) e a ignorância é a grande arma que dá suporte à miséria tanto temporal, quanto espiritual.
Esse registro se avoluma com a absorção dos valores enunciados na Pós-modernidade. Temos a queda dos valores morais, com a forte pressão imposta pelo Relativismo e, portanto, a renúncia ao Absoluto. Aí está o segredo da desvalorização e abandono dos valores morais, com mais ênfase ao ter que propriamente ao ser. Esse sistema, idealizado a partir do Iluminismo tem afetado a igreja, ao menos em sua organização (digo isso porque a Igreja, como Corpo de Cristo e organismo vivo, não se ilude com propostas mundanas).
O advento da Teologia da Prosperidade abriu a porteira para uma avalanche de inovações. Teologia da Prosperidade, Triunfalismo, Confissão Positiva e Relativismo, são terríveis e nem sempre encarados como se deve.
Junte-se a isso a força da Rede Mundial por meio da internet e com ela a Globalização. O conhecimento passou a ser democratizado. Valores são analisados de forma equivocada e o valor moral deixou de ter idéia de riqueza (riqueza moral) para dar lugar à riqueza temporal, conforme proposta materialista, de consumo, capitalista (sem aqui analisar de forma política). A educação, base para a boa formação humana, deixou de ser prioridade, inclusive dos governos, e se agrava com a internet e a mídia como um todo, que levaram o homem ao sistema fast food. Não há mais a preocupação de pensar, ler, buscar conhecimento por experiências próprias. Com as facilidades deixamos de ler e, em especial, de buscar por si mesmo, experiências novas, pois tudo é “comprado” pronto. Esse, talvez, seja o grande fenômeno que tem afetado a questão do interesse pelo conhecimento genuinamente cristão.
Leia a entrevista completa com pastor Antônio Mesquita no blog Alerta Final:
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