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Archive for abril \22\-03:00 2021

O PRÉDIO, O TEMPLO E A IGREJA

Com a pandemia ocasionada pelo coronavírus, a questão da necessidade de prédios como templos para o culto, não obstante a praticidade e viabilidade de ‘comer o pão juntos’ (com panis), literalmente ‘companhia’, que remete para a Ceia (do SENHOR)*, não corresponde aos preceitos cristãos, como meio indispensável, à realidade eclesial (*MESQUITA, 2012 – O mundo das palavras, Netser, Campo Grande-MS).

Não há dúvida quanto à facilidade, viabilidade e estrutura ideal de viabilização de centralidade do culto e consequente adoração. 

Especificamente na atual situação da sociedade humana, avolumada pela busca do bem-estar pessoal e hedonismo em forma de utilitarismo, pelo consumo e prosperidade social, especialmente pela mercantilização da fé, protagonizada a partir de Constantino e notabilizada hoje, desde a crise dos EUA, na década de 80, e que tenta macular a Igreja, o inatingível Corpo de Cristo, não existem estruturas ideias para essa revigorização (2Tm 3.1-7). 

Estamos no olho do furacão mostrado pelo apóstolo Paulo: ‘… e atritos constantes entre pessoas que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro.

De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar’, 1Tm 6.5-7.

AINDA HÁ POUCO TEMPO

Caso a igreja voltasse não há tanto tempo, mas desde o mover do Espírito, no fim do século 18 e início do 19, explodindo no 20, em que no Brasil, por exemplo, registrou-se o advento das Assembleias de Deus, por meio de cultos em lares e conduzidos por leigos, poderíamos vislumbrar a realidade desse indicativo de Igreja. 

Ávidos por anunciar a Salvação e consequente libertação experimentada, muitos cristãos, recém convertidos ao SENHOR, não mediam esforços, sem quaisquer interesses vinculados à fé em Cristo, incluindo mulheres convertidas antes dos maridos, e instalavam em seus lares cultos, em que muitos se convertiam também pelos vívidos testemunhos. Os chamados ‘pontos de pregação’ eram validados como congregação da Igreja, e supervisionados pelo pequeno número de ministros da novel denominação da Igreja de Cristo.

Hoje, em função das buscas humanas e dos limites e desgastes éticos entre a sociedade, somente alguns conseguem separar, a partir de si próprio, o trigo do joio, sem serem atraídos pela ‘causa de lucro’. Temos mais de 7 mil exemplos dos que não se corromperam, certamente (cf 1Rs 19.18).

Prédio, por mais vultuoso que seja, é imprescindível para a realidade da religião judaica (atualmente sem templo e sem sacrifícios), e não é sinônimo de Igreja, como se mostra na mente popular, conforme o SENHOR Jesus dissera à mulher samaritana:

‘Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.

Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade’, Jo 4.20-24.

LARES E CULTOS

Até o final do segundo século, não havia templos para cultos – ‘Saudai também à igreja que está em sua casa’, Rm 16.5 (1Co 16.19; Cl 4.15) -, e as reuniões eram realizadas nas casas (oikos, gr), em geral de crentes mais abastados, que podiam oferecer uma sala maior (um cenáculo) e espaços mais acessíveis a um número maior que uma única família. 

Era uma dependência da casa denominada pelos gregos ‘estromenon’ (sala superior) ou no latim ‘coenaculum’, um local de jantar para a família e convidados. Aqui temos, contudo, o princípio da necessidade de um local específico, mais espaçoso. 

CONCLUSÃO

Porquanto a ausência de simplicidade, potencializada pelo avolumar da ação do Mal (cf 2Co 11.3; Ap 12.12) transforma meios salutares em tropeços. A própria humanidade torna-se vigoroso obstáculo por ausência de renúncia e de preferência pela essência (Fp 3.14-21). Os templos somos nós e os prédios devem ser Casas de Oração, de reuniões, de comunhão e de cultos… Por que não seriam?! (Mesquita, Antônio é ministro do Evagelho, jornalista e escritor). 

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