O pastor Wanderley Melo da Assembleia de Deus em São José do Rio Preto, a 450km da capital paulista, foi afastado do cargo pela Justiça. Ele assumira a igreja em janeiro, quando seu líder pastor José Perozin faleceu de infarto, no dia 4 de janeiro. Pastor Aparecido Perozin, irmão do falecido e um dos três vices da diretoria anterior, deverá assumir a igreja e no prazo de 90 dias, reunir os 150 ministros membros do Ministério e convocar a eleição para a nova diretoria. Aparecido assumirá a igreja na próxima segunda-feira, com reforço policial, caso necessário, segundo seu advogado.
Pastor Wanderley teria sido eleito por aclamação, logo após o velório do pastor Perozin. Sua eleição foi influenciada por uma carta que teria sido deixada pelo pastor Perozin, indicando-o como seu substituto. Para acatar o último desejo do líder, pastor Wanderley acabou eleito. Porém, a assinatura da dita carta, apresentada pela esposa do falecido Claudete Perozin é falsa segundo a Polícia Técnica. A sentença do juiz Jaime Trindade, da 6ª Vara Cível de Rio Preto, baseou-se na prova pericial: “Em face da conclusão da prova pericial, apontando como falsa a indicação do nome de Wanderley Melo pelo presidente anterior falecido, assim por se evitar a prática de atos ruinosos imputáveis aos requeridos, sem legitimidade para o exercício da representação, nomeia-se o requerente como administrador provisório, e com prazo de 90 dias, exclusivamente com o fito de convocar eleição e administrar entidade (…).”
A decisão judicial foi divulgada ontem, pela Agência Bom Dia (Júlio Cezar Garcia).
Segundo a notícia, a decisão judicial “se deu no pedido de liminar feita pelo advogado Carlos Galvani, presidente da Comissão Jurídica da (Convenção Estadual das Assembléias de Deus (Confradesp) do Belenzinho em São Paulo, e relator da Comissão Jurídica da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB). Conforme Júlio Cezar Garcia, o advogado de Wanderley, João Mineiro, ainda não fora intimado da decisão.
“Perna curta”
Segundo a mesma fonte, o laudo pericial fora requisitado pelo delegado Júlio Cezar Pesquero ao Instituto de Criminalística da Polícia Civil. A Polícia afirma que a assinatura na carta do pastor José Perozim, que teria indicado pastor Wanderley Melo para substituí-lo, em caso de morte, é falsa. A carta fora apresentada no dia 7 de janeiro, três dias após a morte do presidente. Segundo informação extra-oficial, a carta fora registrada em cartório no dia 5.
O Ministério
São José do Rio Preto é um rico centro administrativo do interior paulista, com mais de 400 mil habitantes. O Ministério em Rio Preto foi emancipado há muitos anos da Região Eclesiástica de Catanduva. Estava ligada à Confradespe (SP) e atualmente à Comadetrin (MG). O templo é um verdadeiro cartão postal à cidade. É revestido de mármore, tem bancos almofadados e abriga cerca de 6 mil pessoas. Os membros chegam a 8 mil e tem 180 congregações. Pastor José Perozin liderava a igreja desde 1985.
O documento foi “questionado pelo irmão do ex-presidente, o que deu início ao inquérito. Com o resultado da perícia, que afirma que a assinatura não é de José Perozim, o delegado Pesquero encaminhou o inquérito ao Fórum de Rio Preto com pedido de indiciamento do pastor por uso de documento falso. O advogado de Wanderley Melo, João Mineiro Viana, entrou com habeas corpus e conseguiu suspender o indiciamento, enquanto o Ministério Público analisa se denuncia o pastor por uso de documento falso”.
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