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“E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus”, Cl 1.20.

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE

Bem, para a resposta a essa pergunta é preciso examinar, primeiramente, o contexto: o que vem antes e o que segue.

Carta escrita à Igreja em Colossos, pequena cidade próxima da conhecida Laodicéia (2.1) e de Hierápolis, a sudoeste da atual Turquia.

INTRODUÇÃO

Tudo indica que a Igreja fora implantada no local por Epafras, conforme 1.7-8:

“Como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo, O qual nos declarou também o vosso amor no Espírito”.

Essa Carta mostra nossa liberdade promovida pelo Senhor Jesus (2.16) e também ataca falsos doutores, que tentam unir elementos das doutrinas cristã, judaica e do paganismo. Nela se enfatiza a salvação somente pelo mérito do sacrifício de Cristo (2.4-15).

Tais pregadores anunciavam a valorização de costumes judaicos, pregavam “filosofias e vãs sutilezas… não segundo Cristo” (2.8) e “cultos dos anjos” e especulação (2.18) e minimizavam o valor da Salvação, pois tais preceitos anunciados levavam a mente de todos para longe da realidade da fé em Cristo.

Com isso havia privação da liberdade, que o próprio Senhor nos outorgou (cf 2.16-18), com ensinamentos totalmente distantes da doutrina dos apóstolos. A Carta enfatiza que o crente não deve submeter-se ou ser submetido a regras de alimentos, como comida, bebida e ainda festas, dias, influência cósmicas e sinais ligados à astrologia.

ÊNFASE DOUTRINÁRIA

Na abertura a doutrina cristã é enfatizada, demonstrando conhecimento e oposição ao que existia em termos de paganismo. Nele também havia santos (sacerdotes e sacerdotisas separados, portanto santos) para o serviço em templos pagãos.

Então o autor, ao endereçar a carta, enfatiza quem ou quais os santos, especificando-os:

“Aos santos e fiéis em Cristo” (v2a).

Em seguida, enfatiza a doutrina judaica, quanto ao nome (caráter) completo do Salvador e da Trindade, mostrando, ao menos, Pai e Filho:

“… Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo” e da filiação de Cristo: “… a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo…” (v2-3).

Apela ainda o autor à busca do conhecimento, da inteligência e da inteligência espirituais, em Cristo (1.9; 2.2-3). O domínio do Senhor Jesus é mostrado na carta e ainda apresentado como Deus:

“O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”, 1.15-17.

FORMATO TEOLÓGICO

O texto exposto nos versículos acima, ampliados até o 20, destaca a teologia a respeito da divindade de Cristo e da revelação do Criador.  Enfatiza os poderes invisíveis e espirituais, como Tronos e Domínios.

Então havia a necessidade de convergência de todas as coisas a Cristo – rejeitado pelos judeus e desconhecido pelo mundo – “… para que em tudo tenha proeminência” (v18), pois o próprio Pai transferiu a Ele “toda a plenitude” (v19).

Nele o Pai estabeleceu a Shalom (a Paz) – não a que o mundo conhece, mas a divina (cf João 14.27). Nela está implícita a alegria, esperança, saúde, prosperidade, graça, unção…

Em Cristo o mundo se reconcilia com o Criador e ainda todos os seres espirituais, Domínios, Potestades, também devem se render a Cristo, não só como Cabeça da Igreja (v18), mas como Cabeça de tudo e de todas as coisas (Rm 11.38 e 1Co 8.6).

Todas as coisas, quer na Terra quer nos Céus – os Domínios espirituais, devem voltar-se a Cristo como o centro. Ele é a Cabeça de toda Autoridade e de todo Poder (v19).

Portanto, reconciliação pode indicar reacomodação, pôr de acordo, restabelecer a confiança, ato de restabelecer boas relações.

Significa reafirmar o que já comentamos acima: A partir do momento, de o Filho assumir a posição de domínio (“Reino do Filho do seu amor”, 1.13), era preciso declarar, patentear isso a todas as coisas, formas de existência, inclusive nos Céus – nos domínios espirituais.

Essa reacomodação, de submissão a Ele, após o Pai repassar-lhe toda plenitude (v19), está no verso 15, em que Cristo “é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a Criação”, 1.15. Nele está a deidade plena.

Enfim, tudo e todas as coisas relacionadas a contato, busca, reconciliação e reaproximação ao Criador, só se efetivará por meio de Cristo.

Como primogênito (o primeiro do gênero), não quer dizer que Ele fora criado, mas que é o primeiro e único (Unigênito), a assumir tal posição, mesmo

“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele”.

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Na última vez que produzimos comentários sobre a Dake (Bíblia de Estudo Dake) não focalizamos as discussões teológicas a partir de seus comentários. A discussão ocuparia grande espaço e, portanto, deve ocorrer separadamente e de forma gradativa. Dissemos da ousadia, coragem do pastor Finis Jennings Dake de expor seus estudos, comentários ao público, embora controversos, isso já aos seus 65 anos de idade.

Penso que Dake escreveu seus comentários, que acabaram rendendo-lhe essa obra, a partir de uma visão pessoal, portanto com fatos próprios da mente humana.

Não obstante a Bíblia Dake tenha se desdobrada em uma edição acompanhada de inúmeros outros produtos, não tem a assinatura de uma associação cristã, denominação, escola ou linha teológica etc. Ela representa o resultado do trabalho individual, de um homem aplicado, em busca de profundidade daquilo que não havia unanimidade do conhecimento humano. Por trás dessa obra está a Dake Bible Sales, Inc., P. O., da Geórgia (EUA), que a editou em 1963 – a editora da Dake. Neste ano, ela deve ser editada em espanhol, ao que tudo indica, sem cortes.

No Brasil a Bíblia de Estudo Dake fora incorporada pelas editoras CPAD e Atos, tradutora da obra. O contrato teria chegado ao Brasil por meio da Atos, editora independente e que nada tem que ver com tais e possíveis contrariedades,  enquanto a CPAD é regida pelo concílio da AD e, portanto, fiscalizada por meio de conselhos.

Por ocasião da pesquisa e probabilidade de seu lançamento houve alerta sobre a presença do que foi chamado de heresias, nos comentários dessa Bíblia. As questões mais “agressivas” e heresias foram retiradas e edição permaneceu.

Preocupação do presidente da CGADB

Pastor José Wellington, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), manifestou sua preocupação com a dimensão do fato, em uma das últimas reuniões no Belenzinho, Grande São Paulo. O presidente fez comentários públicos sobre a situação gerada pela edição da Dake e que a mesma deveria ser repensada.

O nome do pastor Antonio Gilberto foi citado, mas não existiu nenhum tipo de participação ou responsabilidade do mesmo.

‘Tá’ amarrado!

A Casa vendeu mais de 100 mil exemplares dessa Bíblia em apenas 3 meses. Foram 4 tiragens iniciais, a partir do final do ano, que ‘sumiram’ em passos rápidos.

Discordâncias da Dakes (I)

Já nos primeiros versículos (Gn 1.1 e 2) o comentário de Dake remete para a Teoria de GAP, chamada de brecha (espaço, abertura), a partir da tradução de que a Terra tornou-se (e não era) sem forma e vazia (“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” (Gn 1.2).

Realmente GAP deve ser visto ao pé da letra, pois caso seja esta a interpretação, fica entre os dois versículos a abertura, o buraco, uma janela cósmica, para se introduzir muitas teorias. Cabe nela até mesmo a Teoria da Evolução, a sociedade pré-adâmica, também, defendida por Dake, os bilhões de anos, defendidos e necessários à evolução natural dos seres, e assim por diante.

Lógico que Dake, em sua época, não possuía as informações que temos atualmente, dentre elas as que dizem respeito aos avanços científicos e que derrubam informações forjadas pelos defensores da evolução.

Dake toma o vocábulo era e o interpreta, a partir do hebraico hayah, como tornou-se, passou a ser, veio e aconteceu, e aí abre espaços então para um buraco sem fundo. Nele se encaixa uma outra criação (que a Bíblia teria esquecido de citar!?).

No comentário original da Bíblia, retirado pela CPAD, Dake fale em re-criar (replisc, no inglês), com a ideia de encher de novo, conforme a indicação contida no sistema refil. A interpretação indica um outro dilúvio – o Dilúvio de Lúcifer – que fez com que o cosmo ficasse envolto em água – o caos aquoso da Terra, por interferência do Espírito Opositor.

Na página 75, o comentário (3), logo na cabeça da página, diz “Encher a terra com homens, como ANTES, quando Lúcifer reinava”, relacionado a Gênesis 1.28 (o grifo é nosso). No comentário anterior (2), a Dake fala em “espécie humana”, mas na página 70, trata da “raça humana”, ideia que vai de encontro à evolução de espécies de animais (de raças). O homem não tem raça como os animais (raça de cavalo, de cachorro, de víboras…), mas foi feito único, a partir de Adão.

Minha apologia

O versículo 2 indica ainda a presença de uma poeira cósmica (“sem forma e vazia”). A Terra não possuía o formato visto depois, o globo terrestre, conforme nota Isaías: “Ele é o que está assentado sobre o globo da terra…”, Is 40.22. Portanto, os versículos 1 e 2 indicam a preparação do cenário da Criação. Já nos versos seguintes, até o quinto, após a criação da luz, temos o globo e a órbita terrestres.

“A terra, porém, estava (ou era) sem forma e vazia”, equivale afirmar que o que se via era uma poeira cósmica e o Criador prepara todo o cenário para estabelecer a própria Criação, que se vê na sequência do texto. Outros comentários dão conta de que a imagem descrita no versículo 2 indica a existência de uma massa informe, em meio ao caos aquoso.

Embora o versículo 2 afirme que “a terra era sem forma e vazia…”, o que leva muitos a estruturar a existência de grande separação entre os versículos 1 e 2, Isaías afirma: “Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia,  mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro”, 45.18 (o grifo é nosso).

A interpretação mais discutida para explicar o espaço entre os dois versículos diz respeito à destruição da Terra, após a queda do Diabo. Isaías retrata a expulsão de Lúcifer (ou Lucifer, sem acento), que traduzido é “anjo de luz”, no capítulo 14.12-20 e Ezequiel 28.11-19. Ezequiel profetiza: “por terra te lancei”, 28.17 e Isaías diz: “porque destruíste a terra”, 14.20. Daí a explicação do versículo 2: “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.

Neste ponto, muitos estudiosos não concordam mais com a interpretação desta parte de Isaías e Ezequiel como sendo uma alusão à queda de Satanás, pois o contexto histórico destas duas passagens diz respeito a reis e nações. Alguns acreditam que Ezequiel 28.11-19 fala do rei de Tiro e Isaías 14.12-15 ao rei da Babilônia. Os dois contextos mostram que as profecias se direcionavam as nações (Sidom, Egito, Moabe, Edom e outras). Da mesma forma Gêneses 1 e 2 é interpretado, segundo Élson Santana, como retratando um momento histórico de Israel quando estavam na Babilônia.

Na verdade, a interpretação mais provável é de que está implícita entre os versos 1 e 2 a narrativa natural da Criação. Desde o primeiro versículo até o último está contida a Criação de todas as coisas, numa sequência natural e sem interrupção.

Teoria de GAP é, primeiramente, uma hipótese (teoria) e GAP pode ser buraco, abertura, intervalo, também chamado de brecha. Indica a possibilidade de ter havido um espaço entre os versículos 1 e 2 de Gênesis 1.

Pastor Antonio Gilberto fala a O balido

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Em entrevista ao blog O Balido, o respeitado mestre, pastor Antonio Gilberto fala de sua participação por ocasião da publicação da Bíblia Dake, pela CPAD. “Já de início, fiquei sabendo que ele está impedido de se pronunciar sobre o assunto, no que concerne a determinados aspectos da publicação da polêmica obra”, escreveu pastor Judson.

Pastor Antonio Gilberto disse o seguinte: “Há seis anos, quando a Casa estudou a possibilidade de publicá-la em português, o projeto foi enviado para mim, como consultor, para eu dar um parecer. Eu me senti tranquilo, porque conhecia tudo sobre a Dake. Então dei o meu parecer. Eu disse: ‘Olha, a Bíblia é um manancial. É uma riqueza para estudantes, para pregadores, para pastores, para escritores. Mas faço algumas ressalvas, porque nela há alguns pensamentos intelectualistas, quer dizer, produto do cérebro humano. Há também alguns pensamentos racionalistas, da razão humana. Há também uma porção de pensamentos que são filosóficos. Mas o irmão Dake é falecido, a gente não pode conversar com ele e perguntar por que ele fez aquilo. Então sugiro que a CPAD obtenha licença para isentar a edição brasileira nesses pontos’. E, de fato, alguma coisa foi feita, mas, por razões que desconheço, passaram outras.”

Fotos: Divulgação
Artigo atualizado em 24/02/2010 às 23h15

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Prometi e mim mesmo que somente voltaria ao assunto Dake caso obtivesse fatos novos. Dias desses, conversei com um pastor nos Estados Unidos, que me passou informações interessantes sobre a vida e obra de Dake, durante a conversa. Não direi o seu nome por questão de ética, pois não pedi a ele permissão para tal.

Quanto à obra insisto na tese de que a CPAD não deveria publicá-la. Isso é fato. Não é necessário pensar muito: a editora é confessional, isto é, deve dela emanar somente obras que estejam de acordo com os preceitos assembleianos. Isto é ululante.

Conforme já se falou, seria semelhante tomar um livro contido de heresias, tentar oculta-las e publicar somente o que se aproxima do que se convencionou em concílio. O contrário disso é a tentativa de meter a denominação em moldes alheios a ela, impondo-lhe outros concílios, doutrinas, preceitos e não o inverso.

Caso houvesse a probabilidade de a denominação estar submissa a preceitos bíblicos controversos, não caberia à CPAD impor-lhe tal alteração, como soa nesse caso. Ela não tem essa prerrogativa, mas deve submeter-se (ou deveria) ao que o concílio assembleiano estabelece, isto é, submeter-se à CGADB, por meio de seus conselhos, jamais impor.

Por outro lado, não dá para tomar um fruto com sinais de apodrecimento e tentar transformá-lo em outro saudável. Jesus já ensinara sobre isso (cf Mt 9.16-17).

Abrangência da Dake

Quanto à obra em si, não obstante ter sido mutilada, na tentativa de adaptação, não resta dúvida ser o resultado de um hercúleo trabalho do pastor Dake. Ela é bem completa, uma das mais vendidas no mundo e todo teólogo deveria conhecê-la, por inúmeros fatores, como para o debate em questão. Por sua complexidade, há muitas informações que só se encontram nela.

Pastor Dake ensinando (1927)

Sem levar em conta se os comentários são heréticos ou canônicos, a Dake tem assuntos que poucos teriam ousadia de levá-los à mesa de discussão (e não de fundamentação doutrinária). Aí reside o maior risco de sua publicação, sem as devidas observações, omitidas pela editora. Porém, caso fizesse isso, a editora assinaria como ré por antecipação: publicar o que não deveria.

Somente o mapa original (a editora o substituiu por outro – o do missionário ‘Lourenço’ Olson e que, portanto, não faz parte da obra), editado em 1925, custa em torno de R$ 1 mil, segundo informações que obtive desse mesmo colega, citado acima.

Mas daí, a ser publicada pela editora assembleiana há um abismo. Qualquer outra editora independente poderia fazê-lo, não sem expor suas características, a considerar a questão ética, um dos maiores ícones cristão (deveria ser).

Pureza e deslize

A história do pastor Dake é cercada de sucesso espiritual e de uma ‘escorregadela’, que lhe custou a prisão pelo período de 5 meses, e a expulsão da Assembleia de Deus no Texas. O piedoso homem começou seus comentários cedo. Com apenas 20 anos de idade, escreveu sobre os livros mais difíceis da Bíblia – os dois apocalipses bíblicos: Daniel e Apocalipse. Depois, escreveu centenas de obras. Todo o dinheiro arrecadado com tais livros, teria sido investido na obra, tanto que Dake teria morrido pobre.

Com 23 anos de idade, Dake caiu no poder e permaneceu no chão por 11h. Isso ocorrera depois de 40 dias de jejum.

O seu casamento foi outro fato notável: em 6 dias ele ficou noivo e em 20 casou-se. O mesmo casamento teria durado 6 décadas e sua mulher possuía dotes ‘invejáveis’: era musicista, cantora, compositora…

Pessoalidades

Família Dake (1934)

Além das questões não aceitas pela doutrina cristã, como o comentário de Gênesis 1.28c, que a mim não passa de especulação, dando conta da existência de uma sociedade pré-adâmica, pesa contra Dake a acusação de transportar uma menina de 16 anos, entre fronteiras norte-americanas.

Não obstante em alguns Estados essa prática não constituir crime, Dake fez justamente o que todo homem deve resguardar-se: deu carona a uma jovem de 16 anos. Pior: transportou-a por um trajeto a ponto de atravessar fronteira estadual. Neste caso, ele infringiu a lei, mesmo sob a alegação de que não tocara na jovem. Ela mesma teria afirmado isso em juízo, onde fora para defender o pastor.  Isso ocorreu em 1937.

Dake, líder de uma igreja de cerca de 300 membros, fora condenado a 6 meses de prisão. Por bom comportamento saiu com 5 meses (de fevereiro a julho de 1937). Sua condenação teria sido somente por transportar a moça (entre fronteiras). A menina havia fugido de casa e no caminho da fuga pediu carona a Dake. Quando fora encontrada pela família, esnobou a façanha ao afirmar que, embora não tivera apoio familiar um pastor (e passou suas características) deu-lhe carona. A família acionou a polícia.

Obvio que, se houvesse provas de que o pastor tivesse provocado, ao menos, atos libidinosos, não teria saído tão cedo da cadeia.

Na Eternidade

Por fim, aos 85 anos de idade, sua esposa partiu para a Eternidade e uma semana após, Dake dissera a filhos e netos que havia uma carruagem à frente de sua casa há dias. Não demorou muito para Dake partir também.

Quebra de braço

Pelo andar da carruagem, essa Bíblia só sairá do mercado após esgotados toda a sua edição, ou quando a editora alcançar o alvo-lucro. Como se sabe, o mercado não tem sentimento e essa é a mesma ótica assimilada. Portanto, enquanto a edição não se esgotar, não haverá iniciativa no sentido de retirá-la de mercado. Isso para que a editora não sofra ‘prejuízos’ e ainda mantenha a meta de lucro.

Depois existe a questão do investimento financeiro, conforme já fora exposto na web, o que faz com que a editora cubra os custos e ainda obtenha o lucro, proveniente e esperado.

Ainda que não seja esse o objetivo, cada um destes artigos críticos, escritos sobre a Dake, leva centenas às lojas em busca de uma edição. Esse marketing se encaixa perfeitamente na política: “Fale mal, mas fale de mim”.

“A vergonha de confessar o primeiro erro nos leva a cometer muitos outros” (Jean de La Fontane).

*Fotos: Divulgação/www.dakebible.com

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Somos do ponto de vista teológico resistente ao Liberalismo, de ideias progressistas que levam ao distanciamento das bases bíblicas e fortalecem o agnosticismo. A preocupação aumenta mais porque a História tem mostrado que as principais oposições à Palavra partem sempre de entre nós, dos de casa, pois os principais teólogos liberais e agnósticos são protestantes.

Resisti ao máximo para não tecer comentário sobre o assunto, que trata da edição da Bíblia de Estudo Dake, pela CPAD, por motivos fáceis de qualquer um compreender. Porém, dado à gravidade do fato, tendo em vista a época, o crescente Liberalismo e mais uma série de ismos, próprios do Final dos Tempos, não tive alternativa.

Na editora ouvi discussões sobre o assunto e ainda a manifestação de preocupação por pessoas do setor de edição, quando a publicação da citada Bíblia chegou a ser cogitada. O alerta dizia sobre as contradições expressas em seus comentários, notadamente heréticos. Embora tenha lados positivos, os negativos imperam e a torna imperfeita.

Relativismo

Por que a preocupação? Há riscos? Bem, é importante afirmar que a editora, após a publicação na internet das falhas na versão original, divulgou ter retirado tais agressões doutrinárias, da ´versão brasileira´. Portanto a nota autentica as afirmações divulgadas na web.

Por outro lado, existem os oportunistas para explorar a falha, mas isso não desmerece o fato em si, uma vez que se trata de arranhão à doutrina esboçada pelas Assembleias de Deus. Essa contradição teria sido suavizada se a editora tivesse, além da exclusão dos pontos heréticos, inserido na edição, nota de esclarecimento sobre os pontos controversos, pois a Bíblia diz que é “Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova” (Rm 14.22).

A grande questão é que estamos diante da hercúlea ameaça do Relativismo. Tudo agora, ao homem natural, é relativo. E esse é o grande mal. Após o Iluminismo, a razão passou a ameaçar a fé e o Século das Luzes quis enfrentar o “Pai da Luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17). Desde então, a Verdade Eterna passou a ser vista como Relativa e não Absoluta, como permanece, e o Deus exposto nos comentários da Bíblia de Dake é relativo, pois é apresentado como homem.

Depois que o Ocidente assumiu filosofias orientais, a partir de Bruce Lee, hoje se prega o equilíbrio de forças (energias) positivas e negativas, o bem e o mal. Ensinam que o homem viverá bem e alcançará o zênite, se conseguir o equilíbrio, sem precisar divorciar-se de um dos lados. É o que a Nova Era chama de convergência para a harmonia. Para chegar ao Bem, a pessoa precisa também aceitar o Mal. É ainda a doutrinação da esquerda, em busca de um mundo bom para todos, sem distinção de sexo, sexualidade, etnia, religião, classe social…

O enfrentamento dos Cambistas

Jesus jamais aceitou esse tipo de troca (permuta, barganha, câmbio), conforme lemos na questão dos cambistas no Templo. O que eles fizeram era realmente algo promissor, pois os judeus não precisariam mais carregar animais pelas estradas poeirentas rumo ao sacrifício no Templo, em Jerusalém. O câmbio no próprio Templo, entre moeda e animais para o sacrifício, mostrou-se avançado para a época e humanamente ´tremendo’. Porém, o que se via era um mercado sedutor, que rendia muito aos sacerdotes. Estes, de olho no lucro, faziam vistas grossas quanto às exigências divinas de pureza dos animais, que passaram a constituir simples produtos lucrativos, enquanto a exigência do Consumador do sacrifício fora negligenciada.

Nunca de uma mesma fonte jorra água doce e salgada (cf Tg 3.11-12). Este é um argumento que usamos para refutar a doutrina espírita. Segundo ela, um mesmo espírito pode ser bom e mau, pois todos são desconhecidos. Mas a base da vida cristã firma-se na pureza e, portanto, reprime a mistura. Israel sofreu muito no deserto por causa da mistura ocasionada pelo “populacho”, que seguiu com eles, desde o Egito.

Quando Satanás quis negociar com o Senhor chegou a usar a Bíblia (cf Lc 4.10), porém, o Senhor disse-lhe: Retro Satanás! Jamais Jesus quis conversa, construir comentários, trocar ideias, dividir espaço, procurar saber se porventura havia algo aproveitável etc… simplesmente estabeleceu: Para trás!

Diante de tais fatos é preciso deixar claro: Essa Bíblia tem heresias ou não? A confirmação deverá ser seguida da ética cristã, como na referência do livro Comentário Bíblico Pentecostal (CPAD), em que “a carta de Tiago foi reconhecida como um exemplo de ´paraenesis´ religiosa, isto é, de ensinamentos éticos arraigados – crenças e valores religiosos”.

Ainda segundo o livro, “O maior objetivo de Tiago era mudar o comportamento de seus leitores através da condenação das más obras (chamadas de ´pecados de comissão´ pelos teólogos mais recentes) e até a identificação da omissão de alguém quanto a realizar boas obras (4.17, mais tarde chamada de ´pecados de omissão´). Ele identifica a raiz do problema e considera esse comportamento como estando relacionado à ´sabedoria´… Faz um contraste entre a sabedoria que é ´terrena, animal e diabólica´ que leva a uma atividade pecaminosa, com a ´sabedoria que vem do alto´, que leva a um comportamento que lembra o que Paulo chama de ´fruto do espírito´… Se os crentes desejam conseguir viver de forma agradável a Deus, não só pelo que evitam fazer, mas também pelo realmente fazem, deverão ter essa sabedoria celestial ao invés de uma sabedoria terrena”.

Obras não canônicas

Temos ainda, dentro desse mesmo ponto de vista, as obras apócrifas (não canônicas) surgidas durante o período da Igreja Primitiva. Inúmeras delas continham boas informações, ensinos, mas eram contidas também de heresias. Este “pequeno tropeço” foi o bastante para que tais obras não fossem reconhecidas como inspiradas. Todas foram descartadas, proibidas e banidas do seio da Igreja. Esta foi a forma de preservar a Igreja de ensinos heréticos e de “pequenos” desvios, que hoje, possivelmente, seriam hercúleos.

Como editora de confissão religiosa, a CPAD deve submeter-se aos padrões da própria denominação. Ser vista como detentora de tal doutrina e portar-se como referência na oferta de produtos de ideário igual ou de semelhança assembleiana.

Raposinhas

Dentre os produtos que ressaltam tais referenciais figura o livro Cristianismo em Crise de Hank Hanegraaff, editado pela própria CPAD. O subtítulo do livro alerta: “Um câncer está devorando a Igreja de Cristo. Ele tem de ser extirpado”. No capítulo que trata sobre Bíblias, Hanegraaff chama a atenção para as Bíblias recheadas de heresias como a Tradução do Novo Mundo (New Word Translation, das Testemunhas de Jeová) e cita outras “de qualidade questionável, que não recomendamos, como… a Dake´s Annotated Reference Bible” (nome em inglês).

Hanegraaff diz ainda: “Talvez a pior coletânea de falsos ensinos seja a popular Dake´s Annotated Reference Bible. ´Deus… vai dum lugar para outro num corpo como o de todas as outras pessoas´, diz Dake. Ainda sobre Deus, Dake afirma que Ele é apenas um ´ser de tamanho ordinário. Ele usa roupas… como… descansa… habita numa mansão, numa cidade localizada num planeta material chamado Céu”.

Sobre Jesus “Logo na primeira página do Novo Testamento, Dake escreveu que Jesus `tornou-se o Cristo, ou seja, o Ungido, 30 anos depois de ter nascido de Maria`. Ora, qualquer pessoa que tenha cantado ou ouvido algum hino de Natal com fundamento bíblico está familiarizada com o trecho de Lucas 2.11, que diz: `Pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor”.

De volta ao curso

Embora lamentável, sabemos que medidas satisfatórias serão tomadas para eliminar tal discrepância. Isso deve ocorrer a partir da análise do Conselho de Doutrina e do de Apologética, liderados, respectivamente, pelos nobres pastores Paulo Freire e Esequias Soares, convocados pelo presidente da CGADB, pastor José Wellington, para análise crítica da obra.

Cremos que não existiu a intenção deliberada de trilhar por caminhos “estranhos” à doutrina bíblica e solapar o crédito construído nestes 100 anos. Entretanto, não acredito que a simples reedição da obra, o que a editora faz agora, seria o suficiente para corrigir os erros tanto da Bíblia quanto da iniciativa de editá-la. Isto porque valores humanos, temporais, financeiros e de terceiros, influenciadores de forma indireta, jamais poderão exceder aos eternos, pois são infinitamente menores e efêmeros.

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Quando tomei conhecimento sobre um artigo, escrito por um advogado, crítico à historicidade bíblica, que de antemão se declara ateu, resolvi escrever esta defesa da fé.

No artigo, publicado em um jornal interiorano, sob o título Outras estórias da história, o articulista traça comparações e, entre elas, faz comentários desairosos sobre Abraão e Davi. O primeiro é patriarca das religiões judaica, cristã, islã. O segundo tem o respeito das três.

 Pelo cristianismo e judaísmo Davi é tido como servo de Deus e o maior rei de Israel. Foi citado pelo líder dos palestinos, com ênfase à perseguição do rei Saul, época em que Davi se refugiou entre os filisteus, ascendentes dos palestinos, segundo Arafat.

Com que autoridade uma pessoa vem a público tentar denegrir tamanha autoridade? Só por ser um ateu? Relembro Schiller, que diz: “contra a tolice lutam os próprios deuses em vão”, e não poderia deixar que um simples mortal, notadamente sem nenhum compromisso com qualquer tipo de ética ou respeito ao Criador, tente impingir sua opinião, como se os demais fossem ignorantes.

Debochadamente o advogado toma os personagens bíblicos como reais, mas cai na ridicularização da crença bíblica.

De Davi lança dúvida sobre a vitoriosa luta contra Golias com uma simples funda. Onde estaria o milagre divino se Golias fosse vencido por força humana? Para o trocista a passagem bíblica não passa de fábula.

Então o que dizer do motorista morto, com o seu veículo em pleno movimento, ao ser atingido na cabeça por uma pedra. Uma roçadeira, às margens da Rodovia Washington Luís, em São Paulo, lançara a pedra.

  

Outro registro da Polícia Rodoviária paulista indica a morte de um motorista de ônibus. Ele foi alvo de uma pedra lançada de uma ponte sobre o ônibus. O pára-brisas quebrou e a pedra acertou sua cabeça.

      

Já dizia Hipócrates: “Há verdadeiramente, duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber: em crer que se sabe reside a ignorância”. E Goethe espeta: “É mais fácil reconhecer o erro do que encontrar a verdade; aquele está na superfície, de modo que se deixa erradicar facilmente; esta repousa no fundo, e investigá-la não é coisa para qualquer um”.

Na morte de Golias, a partir da pedra lançada de uma funda, onde estaria a “estória fajuta”, conforme insinua o advogado? Seus comentários sobre a Bíblia se perdem no espaço quando o articulista finca pé e diz ser partidário do ceticismo.

O caso do adultério e homicídio praticado pelo rei Davi, contra Urias o heteu, para ficar com sua esposa Beteseba, teve reflexos negativos na vida do rei. De imediato foi repreendido pelo profeta Natã que o sentenciou: “Assim diz o Senhor: suscitarei tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei as tuas mulheres perante este sol”.

Uma das primeiras sentenças foi a morte do seu primeiro filho com Beteseba. Davi sofreu todas as conseqüências. Ele experimentou a Lei da Ceifa, preconizada pelo Senhor: “O que o homem planta, colhe”.

Já o patriarca é tido pelo articulista como “traído”, expressão que denota toda ignomínia do autor “contra tudo que se chama Deus ou se adora”, 2Ts 2.4.

  

No Egito – medo de Faraó

Abraão desceu ao Egito (Gn 12.10-20). É possível que o registro no túmulo de Senuserte II, da 12ª Dinastia, em Benihausen, numa escultura em que apresenta a visita de negociantes asiáticos semitas (Abraão era semita) à sua corte, esteja incluída a visita de Abraão ao Egito.

No país estranho, Abraão realmente mentiu (a famosa verdade pela metade), ao afirmar a Faraó que Sara, sua mulher, era sua irmã. E realmente era. Mas sua resposta deveria ser primeiramente a que Sara representava no momento para ele – esposa. Como Sara era bela e formosa, e o costume da época, entre os governantes poderosos, era o de confiscar para si mulheres atraentes, com a consequente morte de seus maridos, Abraão temeu e falhou na confiança divina.

A saída de Abraão, que a Bíblia não se preocupa em omitir, foi a “meia-verdade”, uma vez que Sara era filha de seu pai com outra mulher, portanto sua irmã. Era costume dos judeus o casamento entre parentes para não haver muita mistura. Por isso, sua nora Rebeca foi buscada entre seus familiares para casar-se com seu filho Isaque.

Em nenhum lugar a Bíblia diz que Abraão foi traído por Sara ou que ela tenha mantido relações extras conjugais, como tenta mostrar o advogado.

Na tradução da Bíblia da versão inglesa de 1961, o texto de Gênesis capítulo 12, deixa claro que Faraó não tocou em Sara. Depois de tomar conhecimento de tudo Faraó chama Abraão e diz: “Que é isto que me fizeste. Por que não me informaste de que ela (Sara) era tua esposa? Porque me dissestes que: Ela é minha irmã, de modo que eu estava para toma-la por minha esposa. Toma-a e vai-te”. O grifo é nosso.

No caso da passagem semelhante, envolvendo Abraão e o rei filisteu, o versículo 4 do capítulo 20 diz: “Mas Abimeleque ainda não se tinha chegado a ela (Sara)”.

Na época, havia o costume da purificação das mulheres escolhidas para serem rainhas ou mulheres dos reis. A purificação durava 12 meses. Foi o caso de Ester, uma judia e rainha de Assuero, imperador medo-persa: “E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com cousas para a purificação das mulheres)”, Et 2.12.

    

Autenticidade irrefutável

Sobre a autenticidade bíblica, que o articulista tenta refutar, temos inúmeras provas, mesmo considerando que Deus jamais preocupou-se em dá-las aos homens, visto que a aproximação do homem a Deus é feita pela fé em Cristo – autor da fé e único intercessor entre Deus e os homens (1Tm 2.5).

Devo ainda citar o célebre cientista Isaac Newton, que disse: “Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana”. A Bíblia já foi queimada em praças públicas, escondida etc. Nem por isso deixou de existir. Já dizia Napoleão: “A Bíblia não é um simples livro, senão uma Criatura Vivente, dotada de uma força que vence a quantos se lhe opõem”.

     

Semelhante ao articulista, o pensador e ateu francês Voltaire, que morreu em 1778, disse que a Bíblia e a fé cristã não mais seriam aceitas cem anos mais tarde. Porém, cem anos após sua afirmação, a Sociedade Bíblica de Genebra, comprou a editora e a casa que haviam pertencidos ao filósofo ateu e deu início à impressão de Bíblias. Pobre homem!

      

Publicado no Mensageiro da Paz – nov/2004 – pag. 16

Imagem: http://www.bbc.co.uk

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