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Archive for agosto \08\-03:00 2012

Diante de um leitor do blog e que tenta contestar as doutrinas bíblicas, a partir da religião de Roma, postei o texto abaixo como resposta no artigo sobre o livro apócrifo de Tobias.

Também ao tomar a insistente pergunta de Jesus a Pedro em João 21 – “Pedro tu me amas” como passaporte de sua malfadada tese (sabe-se que a mesma não passa do primeiro teste do texto e do contexto, retando somente o pretexto!), disse-lhe do motivo da insistência.

Primeiro temos um Pedro arrasado por suas próprias falhas. O apóstolo negara o Senhor quando o mesmo, como amigo, deveria esperar outra reação, se bem que o Senhor já havia predito a façanha: “Antes que o galo cante três vezes me negarás!”

Segundo, Jesus realmente amava Pedro – não obstante ser João ‘o apóstolo amado’ (Jo 21.20) –, pois, mesmo sabendo de sua falha, que não fora à única, Ele enviou-lhe uma mensagem especial (e somente a ele), citando-o nominalmente: “Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro…” (Mc 16.7).

Terceiro, o Senhor já ressuscitado aparece e fala a Pedro, anima-o, sem deixar de revelar a sua fraqueza e domínio humanos, reconhecidos pelo apóstolo no “tu sabes tudo” (v17), dando-lhe também a missão de apascentar sua Igreja.

Portanto, no “Pedro tu me amas” de João 21, a partir do versículo 15, está o trocadilho entre as definições de amor no grego philia (amor fraternal e humano) e o ágape (divino e desinteressado). Nas duas primeiras perguntas, o Senhor use ágape, e depois ‘desce’ ao philia onde Pedro se mantinha, sem deixar de confessá-lo: “Senhor, tu sabes tudo”.

O depois bispo (supervisor) Pedro, já velho, confessa a Pedra de Esquina – uma pedra polida, trabalhada, a petra, e não uma pedra solta, comum, o petros. A Pedra de Tropeço, que os edificadores (os judeus) ainda nela tropeçam, é a mesma que a religiosidade romana também mantém-se trôpega.

Portanto, a grande visão de Pedro na declaração de Mateus 16.16-18, não está em suas capacitações, mas é fruto e copirraite dos Céus, pois foi inspirada pelos Céus, conforme o próprio Senhor afirma: “… porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que esta nos céus” (v17).

Por isso Agostinho faz separação entre o Pedro da Declaração e a Declaração de Pedro!

Pedra bruta e Pedra polida

Talvez a mudança do novo nome de Simão Bar-jonas (Simão filho de Jonas), tenha a ver com a mudança de vida. Como o nome ‘simboliza’ o caráter da pessoa, pode ser que Jesus estivesse a tratar da transformação do discípulo, que passava a ser chamado Pedra, Petros, no grego (Pedro), duro!

Jesus não faz referência a Pedro quando fala da base para a edificação da Igreja, mas de si próprio, o “Cristo (Ungido ou Messias), o Filho do Deus vivo”, confessado pelo discípulo nos versículos anteriores, resposta recebida como uma revelação divina em Pedro (16 e 17).

Em seguida, o Senhor afirma: “Sobre esta Rocha (conforme a versão Alexandrina), edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, 18. Aqui o termo grego é petra.

Conforme já vimos, uma das regras da hermenêutica reza que não se pode formar doutrina sem firmar a ideia em passagens paralelas. Neste caso, vamos ver se a doutrina católica romana tem fundamento ou respaldo em passagens paralelas.

No Velho Testamento, em Deuteronômio 32.3-4, temos: “Porque apregoarei o nome do Senhor: daí grandeza a nosso Deus. Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita”. Depois o profeta Isaías afirma: “…Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça”, 44.8.

O próprio apóstolo Pedro também concorda com a Palavra, discordando obviamente da teoria romana quando diz: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes de vossos pais, mas com o precioso sangue de Jesus Cristo, como de um Cordeiro imaculado e incontaminado”, 1Pd 1.18-19.

E ainda: “E, chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa,… Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados”, 1Pd 2.4,6-8.

Na verdade, a Igreja foi fundada no sacrifício de Cristo, no seu sangue, conforme Atos 20.28: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com o seu próprio sangue”. Veja também Dt 32.15; Rm 9.33; Mt 21.42 e 44; 1Co 3.9-11 e 10.4.

O próprio Jesus afirmou: “Eu sou o caminho”, enquanto Pedro levou uma correção do Senhor: “Para trás de mim satanás (adversário), que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas espirituais que são de Deus, mas só as que são dos homens”, Mt 16.23.

Em Atos, Lucas afirma: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (4.12).

O escritor Huberto Rohden, que foi seminarista católico romano, contesta a doutrina católica, afirmando que “… Poucos momentos depois desta cena, as portas do inferno prevaleceram contra a pessoa humana de Simão Bar-Jonas (Pedro); pois, quando, saindo dali, Jesus começou a falar de sua próxima paixão e morte, esse mesmo Simão que tão gloriosa confissão fizera é chamado de “satan”, isto é, adversário, inimigo do Cristo – por quê? Porque nele prevaleceu o elemento humano, carne e sangue, que se opôs ao elemento divino”.

Rohden diz ainda: “Ora, seria absurdo, e até blasfemo, supor que Jesus tivesse edificado a Sua igreja sobre tão movediço areal, sobre esse punhado de carne e sangue, sobre esse satan, sobre a pessoa humana e frágil do pescador da Galiléia. Se assim fora, se tão fraco fosse o alicerce da igreja do Cristo, já nessa mesma hora teriam ‘as portas do inferno’ prevalecido contra ela”.

O filósofo continua afirmando que a Igreja não poderia ser fundada sobre a frágil natureza humana de Pedro. “Jesus não edificou a Sua igreja sobre ‘o Pedro da confissão’, escreve Santo Agostinho, mas sobre ‘a confissão de Pedro’: portanto não sobre um homem, mas sobre o Cristo confessado por Pedro, ‘edificou a Sua igreja sobre Si mesmo’, sobre o Cristo, que é a rocha dos séculos”.

Vemos que a hermenêutica deixa para trás tudo aquilo que se-lhe opõe, como tal heresia. “Mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”, 1Co 3.10-11.

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