Eleições:
Dúvidas, tempo resumido e divergências…
O que fazer?!
Diante das circunstâncias eleitorais, não é difícil chegar à conclusão de que todos quantos pensam, em especial os cristãos incluídos em Romanos 12 – que usam a razão – estão perplexos, senão genuflexos.
Escândalos, conduta que agride o curso normal da natureza humana, verdades que desnudam mentiras, mentiras que ocultam verdades. Máscaras tão reais, que chegam a ser teatrais, líderes cegos que veem como ninguém, pão, circo e cézares, em pleno século 21 e nos dois lados da moeda, pois conseguem fazer da política verdadeira religião. O Cavalo de Tróia não mais está às escondidas, dá cavalo-de-pau pelas ruas e atua como frilancer, como entregador de pacotes e telegramas PT, saudações!
A globalização, impulsionada pelos meios de comunicação, em especial a rede mundial, faz com que os segredos humanos não fiquem mais a sete-chaves.
Não está tão distante a época em que as pessoas tinham suas falhas, imperfeições, descaminhos, desvios de conduta, até àquelas que agridem a natureza humana, resguardadas tanto pelo sentimento de vergonha e pudor, quanto pela dificuldade de se chegar ao círculo de sua intimidade.
Mas, de uma hora para outra, a coisa explodiu e passou a pipocar (pocar, como dizem os capixabas) casos cabeludos e de todos os lados. Até fatos que jamais gostaríamos de tomar conhecimento chegam até nós. Somente pela informação, muitos deles causam grandes males. Por isso, alguns horários de tevê deveriam manter-se às escondidas, não acessíveis aos olhos humanos, dado o seu malefício.
Das trevas à luz
Como cristãos temos ‘certa culpa’. Até à Idade Média o mundo vivia sob os ‘Séculos da Escuridão’. A elite ocultava do mundo algo primeiramente divino – o conhecimento –, não obstante a própria Bíblia afirmar que, se um povo for privado do mesmo, será alvo de escravidão.
As ‘densas trevas’ permaneceram até à Reforma Protestante. A partir desta, o mundo abriu-se a novos horizontes e ao conhecimento, antes restritos aos palácios e mosteiros. As invenções começaram a aparecer e, do século 17 ao 19, houve uma explosão de conhecimento. Nesse período, se registrou as grandes descobertas humanas.
Entretanto a Bíblia diz também que ao que é mais dado mais é exigido. O homem não administrou tão bem quanto deveria o seu desenvolvimento. A partir do Iluminismo, o homem passa a questionar o Absolutismo e convoca à discussão a Relatividade, incluindo a abrangência do domínio divino.
Esse monstro gerou o homem pós-moderno, que adotou novas filosofias existênciais, dentre elas, o alinhamento ao sistema de valores ditados pelo mercado, extrapolando os benefícios (“quem não trabalha que também não coma”) estabelecidos pelo capitalismo.
Cego em um mundo colorido
O branco-e-preto sobreviveu até à Idade Média, quando o psicodélico o arrancou de cena (ainda não fora o Psicodelismo da Revolução Cultural, dos Beatles e do LSD, o princípio das dores, digo, das drogas). Até então, todos sabiam o que uma pessoa vestiria desde o seu nascimento até à morte e ainda a cor e o número de peças de roupas.
A produção em série, imposta pela Revolução Industrial engrossou a alteração dos conceitos humanos e, desde então, a corrida em busca do vil metal, da disputa de mercado e do espaço de cada um, deixou a oração do Pai Nosso distante, à rabeira.
O pai passou a ser individualizado e o pão – tanto no aspecto humano quanto no espiritual (o Pão da Vida), deixou de ser prioridade. Ninguém mais vive de pão! Hoje é xisburgue – mais sofisticado –, o cada-dia, a subsistência diária, deu lugar a todos os dias e emplacou a ansiedade, por causa do amanhã! A doxologia deixou de estar no início e ainda sumiu do final da oração.
Inferno Celestial
Por fim, ficou do jeito que o Diabo gosta. As coisas temporais suplantaram em valor real o das eternais. Então o SER deu lugar ao TER e até nas igrejas, esse fenômeno entrou disfarçado de Teologia da Prosperidade, depois apelidado de Triunfalismo (à moda dos generais romanos) e, por fim, a Confissão Positiva – todos filhos de uma única mãe – a Grande Mãe, Paraíso Terrestre.
Antes a riqueza humana era medida pela honra. O rico tinha honra; o pobre também. Os dois se igualavam, pois a medida de valores era a mesma. Não se usava posses temporais, mas o SER. Quando o TER passou a ser o meio de medir a grandeza humana, implantou-se a derrocada humana.
O golpe que o Inimigo tomou em sua cabeça no Éden, tenta devolvê-lo ao homem, na tentativa de extrair-lhe a capacidade de pensar. Por fim, ele tenta conduzi-lo à eugenia (de Eugênia, a mulher perfeita). Contudo, a perfeição é divina e jamais o homem a alcançará, senão por Ele, “sendo de novo gerados” e não pela eugenia. Para que os ideários pudessem dar certo, a Mente Milenar traçou caminhos, sem pressa.
Quem é quem?
Antes era simples saber quem era quem. As coisas eram mais simples. Os assuntos se resumiam na mesma lentidão do dia-a-dia de então. As pessoas, no final do dia, postavam-se a conversar entre vizinhos, enquanto o tempo passava lentamente. Porém, atualmente, os assuntos são segmentados e preenchem todos os espaços ainda roubam o tempo do homem, que some tal qual fumaça.
Hoje, o mesmo sistema que provoca conhecimento, por meio da informação é o mesmo que oculta a verdade. A mentira passou a ser um produto indispensável do cotidiano. Tudo é relativo e a própria verdade deixou de ser absoluta.
Porquanto, o indivíduo em quem você confiava até então, não mais é o mesmo. O sentimento de TER em detrimento ao SER chegou até ele também.
Some-se a isso a privação de bolsões humanos que são mantidos distantes do conhecimento – os miseráveis. Estes servem de laboratório para tudo e todos. Já os ricos, que souberam aproveitar o TER com excelência, são indiferentes, pois seja como for, eles sempre serão os dominadores. Como alguém já disse: “Os que dominam os governos são os que têm o domínio econômico em suas mãos”.
Você paga-o-pato
Quem paga-o-pato? Os que pensam, a classe média, que deve ser banida da sociedade, como se tenta hoje, e os racionais de Romanos 12. Estes estão na contramão do sistema. Sabem de tudo, por terem acesso ao conhecimento e à informação, mas sua voz não tem força para romper o próprio círculo. São vozes no deserto e eco nas metrópolis.
Diante de todo esse quadro você não consegue vislumbrar pessoas compromissadas com a vontade de romper com o sistema, pois isso é suicídio laborial. Para a maioria, melhor e mais lucrativo é alinhar-se ao sistema e dele tirar o seu quinhão. Embora passe a SER menos, consegue TER mais. E este é o valor de medida de riqueza atualmente.
Em quem votar? Sei em quem e em quais partidos não devo votar, mas daí a conhecer tudo, nesse emaranhado de informações, onde se aninham bons e maus, acho que nem mesmo eu sei! O conhecimento e a informação não bastam. Entretanto, como não podemos nos omitir, pois do mundo somos sal (que não deixa apodrecer) e luz (que não permite obscurecer), devemos ajuntar as informações, discutir as propostas, encontrar posições definidas e, depois de analisar o que realmente estamos buscando, buscar um start dos Céus e apertar o clik.
Lembre-se: o tempo que passa não volta mais… Ponhamos-nos de joelhos para, depois, andar de pé, sem constrangimentos, algemas e mordaça!
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