Muito se fala sobre o Fim, em especial em tempos como este que vivemos agora. Embora seja único, pois nunca ocorrera um fato desse a envolver o mundo todo, e portanto, figurando como sinal irrefutável dos Últimos Dias, mas ainda preambular.
Tomamos um trecho do Evangelho de Lucas, para tecer alguns comentários sobre os acontecimentos de hoje – a envolver o tal Coronavírus -, e a Escatologia.
Fato semelhante ao atual e mais recente, que envolveu o mundo foi a Segunda Guerra Mundial, em que o assunto escatologia voltou à pauta.
Importante e oportuno salientar que os ditos cristãos de hoje, após a década de 80, sob influência de teologias emprestadas do tradicionalismo ou da Cosmovisão Cristã passaram a preterir a Escatologia, classificada como sermão apelativo ou sensacionalista.
INTERPRETAÇÕES
Esse tema sofre a influência de ao menos três principais correntes de interpretação.
- PRETERISMO- Indica que as profecias se cumpriram no passado e, portanto, não tem relevância.
- FUTURISMO- Diz que o cumprimento se dará num futuro muito distante.
- HISTORICISMO- Que os fatos proféticos, literal ou simbolicamente, são registros que fazem parte do decorrer da história.
‘Quando ouvirem falar de guerras e rebeliões, não tenham medo. É necessário que primeiro aconteçam essas coisas, mas o fim não virá imediatamente”.
Então lhes disse: “Nação se levantará contra nação, e reino contra reino.
Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu'”, Lc 21.9-11 (NVI).
ESTARÍAMOS NO FIM?
Nesta passagem descrita pelo grego e médico Lucas, Jesus prevê motim político e pestilência que trarão morte, sinais e caos mundiais, precedendo o Fim, como também adversidades para os crentes.
Embora o trecho esteja dentro do éschatós, gr (de escatológico), não faz parte dos acontecimentos do Fim propriamente, mas figura como um tipo de introdução, abertura, prelúdio.
O trecho faz parte da resposta aos discípulos da época do 1- do Aparecimento dos Sinais; 2- do (Seu) Retorno; 3- e do Fim do Mundo (cf Lc 21.3 e Mt 24.3).
Note que o Fim (do mundo), se dará após a obra de Cristo se completar (Redenção, Arrebatamento; Glorificação da Igreja; Anunciação pelas Duas Testemunhas na Grande Tribulação; Vitória de Cristo com a Igreja glorificada sobre o Inimigo, com Sua Volta aos Judeus (Mt 23.36-39); Anunciação do Evangelho/Reino de Deus pelos judeus, no tempo milenar; derrota final do Diabo, quando a Sua obra se completa. Então Jesus Cristo entrega a Deus o Reino, para o Juízo Final (1Co 15.24).
No período em questão, como o que vivemos hoje – como parte do prelúdio dos Últimos Dias: ‘… na angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas’ (Lc 21.25), com tsunamis e terror (v26), a Igreja o sofrerá, mas ainda não é a plenitude do Inimigo, com a operação do erro, que ocorrerá na Grande Tribulação.
OBSERVAÇÃO PAULINA
Apóstolo Paulo faz esse alerta em 2Tessalonicenses 2.1-4, quando aponta para a liberdade de operação, um tipo de abertura ou aprovação do homem, para que o Diabo tenha plena liberdade de pôr-se publicamente, sem travas, conforme o verso 4, com sacrilégios. Vemos essa veemência despontando atualmente.
Antes dessa forma plena de manifestação, com a encarnação do mal (v9), a Igreja passará por grandes dificuldades e os Inimigos do Evangelho se disporão em oferecer ferrenha oposição.
Além da perseguição, seus seguidores sofrerão às mãos de parentes e amigos, que rejeitarão Cristo, conforme o contexto de Lucas.
Tudo é mostrado pelo SENHOR com 1- O Anúncio do Fim (21.5-19); Queda de Jerusalém, ocorrida entre 66 e 70 (21.20-24); e a Vinda do Filho do Homem, no final do tempo dos gentios, quando Ele virá (aos judeus), com a Igreja em glória (21.25-38). Pr. Mesquita.