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Posts Tagged ‘Tragédia no rio’

São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais… e inúmeros outros locais no mundo estão submersos em águas. As serras fluminenses estão derretendo-se sobre moradores em áreas de risco. Chuvas castigam várias partes do mundo em resposta à invasão do homem a áreas de preservação ambiental e por causa da tentativa de destruição da natureza.

O homem caminha na contramão de Deus. Soma-se ao sofrimento desses moradores e de famílias que perderam entes-queridos – mais de 500 somente no Rio –, a falta de interesse dos governos. Para se ter ideia, quase um ano após o desastre que marcou época, em abril de 2010, com grande intensidade no Morro do Bumba, em Niterói (mais de uma dezena de morros registraram deslizamentos, com mais de uma centena de mortes), muitos locais estão do mesmo jeito.

Hoje, se você for aos locais verá as marcas dos deslizamentos, alguns dos quais se mantêm como estavam no dia da tragédia. A Rodovia Amaral Peixoto, continuação da Alameda (saída da Ponte Rio-Niterói) e caminho para a Região dos Lagos – à beira-mar –, ainda se mantém em uma única pista, em alguns locais de Niterói e São Gonçalo.

Mapeamento de áreas de risco do Rio e desocupação das mesmas são assuntos de vários anos, mas sem iniciativa séria ou ação responsável. Só permanecem no calendário de governos, ano após ano. E olha que, tanto essas questões quanto as soluções dos problemas, como drenagem das encostas, são de obrigação dos governos.

A ocupação desenfreada de áreas de risco também é apoiada por políticos, deputados e vereadores. Fato sabido de todos no Rio. Locais que há 10 anos eram tomados de vegetação, hoje têm retrato alterado pela ocupação de barracos.

Eles mesmos garantem aos seus currais, no mais amplo sentido da palavra, a construção de ruelas, postes de energia elétrica e iluminação pública, sob a inércia e vistas grossas do Estado.

Ora, como poderiam, por iniciativa própria, não aceitar a proposta de morar em locais de risco, se não têm opção. E mais: quando são tirados à força, são colocados em locais degradantes em termos de respeito e dignidade humana, onde permanecem até que se cansem ou arrumem outro local, voltando ao primeiro estágio.

Alocar essa população em locais com o mínimo de dignidade é papel dos governantes. Parte do exagero da cobrança de impostos, com índices altíssimos e únicos em todo o mundo, deveria ser usada para isso.

Os bancos ‘sociais’ e até mesmo os privados, que recebem benefícios incontáveis do Governo federal, inclusive protegidos como instituições, deveriam investir em ação social. Ao menos era esse mecanismo que se esperava dos governos que se dizem de esquerda. Mas, em vez disso, registrou-se o maior crescimento e riqueza na história dessas instituições.

Cadê Deus?

“Não tem jeito. Cenas trágicas se repetem no Rio e minha pergunta nunca se cala: Cadê Deus?”, indaga a professora Cláudia Nunes, em seu artigo, sob o título acima (Comunicando, hause órgão da Universidade Cândido Mendes, do Rio, Ano II, n. 23, 27 de julho a 2 de agosto de 2009).

A filha do pregador norte-americano Billy Graham, Anne, em entrevista no Early Show, respondeu à pergunta de Jane Clayson:

– Como é que Deus teria permitido algo horroroso assim acontecer no dia 11 de setembro e outras tantas coisas horríveis?

Anne Graham respondeu: ‘Eu creio que Deus ficou profundamente triste com o que aconteceu, tanto quanto nós. Por muitos anos, temos dito para Deus não interferir em nossas escolhas, sair do nosso governo e sair de nossas vidas. Sendo um cavalheiro como Deus é, creio que Ele calmamente nos deixou.

Como poderemos esperar que Deus nos dê a sua benção e a sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco?’

Ela passou a enumerar as alterações do curso da história norte-americana:

– Creio que tudo começou desde que Madeline Murray O’hare (que foi assassinada), queixou-se de que era impróprio se fazer oração nas escolas norte-americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião.

Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas… A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. E nós concordamos com esse alguém.

Depois o doutor Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto-estima (o filho dele se suicidou) e nós dissemos: ‘Um perito nesse assunto deve saber o que está falando’. E então concordamos com ele.

Depois alguém disse que os professores e diretores das escolas não deveriam disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal. Então foi decidido que nenhum professor poderia disciplinar os alunos…

Então alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem. E nós aceitamos sem ao menos questionar.

Foi dito também que deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas, quantas eles quisessem para que eles pudessem se divertir à vontade. E nós dissemos: ‘Está bem!’

Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia e uma apreciação natural do corpo feminino. E nós dissemos: ‘Está bem, isto é democracia, e eles tem o direito de ter liberdade de se expressar e fazer isso’.

Depois outra pessoa levou isso um passo mais adiante e publicou fotos de crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição da internet.

Agora nós estamos nos perguntando por que nossos filhos não têm consciência e porque não sabem distinguir o bem e o mal, o certo e o errado; porque não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas de classe ou a si próprios… Provavelmente, se nós analisarmos seriamente, iremos facilmente compreender: nós colhemos só aquilo que semeamos!

Uma menina escreveu um bilhetinho para Deus:

– ‘Senhor, porque não salvaste aquela criança na escola?’

A resposta Dele foi a seguinte:

– ‘Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!’ Portanto Deus está onde o colocamos!

Esta é a resposta ao título Cadê Deus?

Existimos hoje em meio a um verdadeiro Salve-se quem puder!, Entretanto, o Senhor Jesus permanece a dizer: Salvarei todos quantos quiserem! (cf Mt 11.28-10), pois “… se o… povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”, 2Cr 7.14.

Doações a desabrigados e produtos necessários

As igrejas evangélicas se mobilizam para o recebimento de donativos. A AD em Ribeirão Preto e região, liderada pelo pastor Antônio Santana, está se mobilizando para a arrecadação de produtos.

Quem pretende fazer doações devem estar atento a produtos que, em geral, não são doados. A lista abaixo é a mesma que elaboramos com o grupo do Projeto Crescer (AD em Fonseca, Niterói-RJ, pastor Celso Brasil), por ocasião do desastre em abril, em Niterói.

– Água Mineral

– Escova de dente, absorvente, sabonete e pasta de dente, xampu, escova de cabelo/pente.

– Roupas íntimas femininas

– Legumes, frutas e alho 

– Carnes de vaca e frango

– Embutidos (salsicha e linguiça)

– Manteiga ou margarina

– Óleo de cozinha

– Produtos para alimentação de bebês, como Mucilon, leite e chocolate em pó…

– Fraldas descartáveis e Hipoglós

– Saco de lixo

Oração por todos

Em geral os templos evangélicos são oferecidos para atendimento e posto de arrecadação de doações.

O templo da AD em Teresópolis (pastor Israel Couto) está servindo de IML. A AD em São José do Vale do Rio Preto, liderada pelo pastor Júlio, e que todo ano realizada encontro nacional de missões, também deve estar servindo de centro de recebimento e distribuição.

Pastor Geremias Couto, que mora em Teresópolis, pede oração para que o Senhor amenize a dor dos que perderam familiares, parentes e casas e pertences. O mesmo faz pastor Walter Azevedo, que, embora more em Garça (SP), nasceu em Teresópolis.

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Centenas de casas em morros de Niterói estão ameaçadas como estas

Neste sábado, o número de vítima das tragédias no Rio chegou a 223 pessoas, mais de 100 somente em Niterói. No Morro do Bumba, em Niterói, 31 corpos foram resgatados. Porém, muitos outros corpos estão soterrados, inclusive em outros locais de difícil acesso, em morros nem sempre citados, como: Juca Branco, Beltrão, Boa Vista, Caramujo, Castro, das Oliveiras…

Além do Morro do Bumba há sérios riscos no Morro do Céu para onde fora transferido o lixão, que funcionou até 1989 no Bumba. A Defesa Civil estima que há mais de 100 corpos ainda soterrados e as buscas, que já passam de 72h, devem perdurar por mais de 15 dias. Barro envolto em matéria deteriorada de lixo forma uma massa de difícil remoção e a permanência da chuva torna a procura mais difícil.

 

Neste ponto, no Caramujo, a Rodovia Amaral Peixoto (km 1), chegou a ser interditada nos dois sentidos, por causa dos deslizamentos

 

Neste sábado, no Morro do Bumba, quatro corpos foram resgatados, mas em torno de outros 150 serão procurados. No local funcionavam uma igreja, uma creche e uma lanchonete. A cada dia, são retirados do local em média 150 caminhões de resíduos, que são levados para um aterro sanitário no município vizinho de São Gonçalo.

 

Desabrigados no Projeto Crescer recebem refeições

 

Doações

Quem pretende fazer doações às vítimas da tragédia em Niterói, por meio do Projeto Crescer/PAS, mantido pela Assembleia de Deus em Fonseca, Niterói (pastor Celso Brasil), e que abriga famílias em suas dependências e templos, devem observar o seguinte:

Produtos necessários

– Legumes e frutas

– Carnes de vaca e frango

– Embutidos (salsicha e linguiça)

– Manteiga ou margarina

– Óleo de cozinha

– Produtos para alimentação de bebês, como Mucilon, leite em chocolate em pó…

– Fraldas descartáveis e Hipoglós

– Alho

– Água Mineral

– Saco de lixo

– Escova de dente, absorvente, sabonete e pasta de dente, xampu, escova de cabelo/pente.

O PAS mantém convênios com a Prefeitura de Niterói/Secretaria de Assistência Social, Comitê Furnas, Compassion (EUA) e Fundação para a Infância e Adolescência (FIA)/Secretaria Estadual de Assistência Social de Direitos Humanos.

Todas as doações que chegam ao Projeto, à Rua Teixeira de Freitas, 418, em Fonseca, Niterói (ponto final da linha 23 de ônibus coletivo), são protocoladas antes de serem distribuídas. Tudo é documentado. As doações em dinheiro podem ser efetivadas por meio do Bradesco, agência 2809-6, conta poupança 1.003.060-9, em nome de Patriarca Assistência Social (PAS), CNPJ 03.818.766/0001-76.

www.patriarca.org.br email contato@patriarca.org.br fones 21-2625.2421 e 8899.0694.

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Pessoas abrigadas no Projeto Crescer

Já passam de 180 mortes no Rio, 100 de Niterói. Estima-se que 200 pessoas foram atingidas somente no Morro do Bumba, onde 50 casas foram destruídas, outras 60 interditadas, enquanto 56 pessoas foram resgatadas no local com vida. Assim como outros registros, a tragédia do Morro do Bumba também poderia ser evitada. Além do impedimento de ocupação por meio do poder público, em função de o local ter abrigado um lixão até 1987, na terça-feira, às 3h30, um dia antes da tragédia, ocorreu a primeira explosão de gás metano. Um membro da AD foi lançado junto a destroços, mas, aos gritos, conseguiu empurrar toda a família para fora da avalanche e se salvou com a esposa e três filhos, a mais velha de 15 anos.

O mesmo não ocorreu com outras quatro famílias, também da congregação do Viçoso, na quarta, quando ocorreram outras três explosões seguidas. Até o final do dia de hoje, as quatro famílias da igreja permaneciam soterradas. Estas informações são do dirigente da congregação do local, mas a igreja no local abriu suas portas à comunidade e presta assistência a dezenas de pessoas. A congregação passou a receber os desabrigados. Embora simples e alinhada aos padrões do local, a ‘igreja’ também serviu de estúdio para o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão.

Rua com deslizamentos ao lado do Projeto Crescer

 

Pessoas abrigadas no Projeto Crescer

Barranco que desabou bem próximo do prédio do PAS

Filas para ser enterrado

Na quarta-feira, o número de mortos enterrados, somente no Cemitério Municipal Maruí, chegou a 17. Os coveiros trabalharam até à noite. Hoje, somente até às 16h40, chegou a 40 sepultamentos. Em uma das capelas uma cena impressionava. Lá estavam cinco caixões de uma única família: 2 crianças de 6 meses e 4 anos; 2 adolescentes e uma mulher. Niterói tem outros três cemitérios: Parque da Colina, outros dois em São Francisco e em Itaipu.

Os mortos entraram na fila de espera para serem velados, pois todas as oito capelas estavam lotadas. Outros estavam ainda em veículos funerários esperando um local mais apropriado e quando as cerimônias terminavam, havia outra fila de corpos para serem enterrados. Também foram sepultadas as três crianças de uma única família, mortas no Monte das Oliveiras. Duas – Hugo e João Gabriel, de 9 e 12 anos, eram atendidas pelo Projeto Crescer.

Sem capacidade para receber seus mortos, o IML de Niterói encaminhou corpos para o IML do Rio, o que dificultou ainda mais. Morta na terça, por volta da 1h, a radiologista Wanda Carvalho dos Santos da Hora, 46, da Assembléia de Deus em Fonseca (pastor Celso Brasil), ficou presa em sua casa, foi retirada por volta das 12h e recolhida pelo IML somente às 21. Seu corpo foi liberado pelo IML carioca hoje, por volta das 11h e sepultada às 16h40.

Mortes e desabamentos poderiam ser evitados Desde janeiro a Prefeitura de Niterói recebeu relatório documentado, com fotografias dos riscos em Riodades, onde Wanda da Hora morreu. Um morador afirmou que a Prefeitura justificou sua inércia, porque ninguém havia morrido.

Verlei Tavares, presidente da Associação de Moradores da Cinco de Março (Anacim), onde ocorreu a morte na terça-feira, disse que está cansada de pedir providências à Prefeitura, por meio do representante da região. “Alguém precisa nos ajudar”, pedia ela. Desde 31 de dezembro, quando houve ameaças de desabamento, a situação foi fotografada e entregue à Prefeitura “que não tomou nenhuma iniciativa”, reclamou. Naquela região, além da casa que desabou, existem outras 5 desocupadas, em função do risco.

Igreja AD abriga 200 pessoas

A Patriarca Assistência Social (PAS), entidade de assistência social e humanitária, mantida pela Assembleia de Deus em Fonseca, Niterói, por meio do Projeto Crescer, foi a primeira a abrir as portas dos seus dois sítios para receber desabrigados. Depois, o templo da congregação do Viçoso Jardim, com a queda do Morro do Bumba, abriu suas portas e recebeu crianças e adultos, com cerca de 40 pessoas. Outra congregação no Bonfim, também fez o mesmo. No total, são 200 pessoas atendidas, com abrigo completo.

Mulheres que não param de trabalhar na cozinha do Projeto Crescer

 

 

 

 

 

Doações entregues no PAS

O Projeto Crescer já trabalha com cerca de 400 crianças, adolescentes e familiares da região. Oferece cursos profissionalizantes, atendimento sócio-educativo e promoção sobre Saúde. Todo o atendimento tem como base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Lei Orgânica de Assistência Social (Laos), segundo informa seu diretor-executivo, Ezequiel Braça. Idoneidade Os convênios envolvem a Prefeitura de Niterói/Secretaria de Assistência Social, Comitê Furnas, Compassion (EUA) e Fundação para a Infância e Adolescência (FIA)/Secretaria Estadual de Assistência Social de Direitos Humanos.

Doações

Todas as doações que chegam ao Projeto, à Rua Teixeira de Freitas, 408, em Fonseca, Niterói (ponto final da linha 23 de ônibus coletivo), são protocoladas antes de serem distribuídas. Tudo é documentado. As doações em dinheiro podem ser efetivadas por meio do Bradesco, agência 2809-6, conta poupança 1.003.060-9, em nome de Patriarca Assistência Social (PAS), CNPJ 03.818.766/0001-76 – http://www.patriarca.org.br, email: contato@patriarca.org.br e fones 21-2625.2421 e 8899.0694.

Imagens da tragédia Rodovia Amaral Peixoto (Niterói-Região dos Lagos) chegou a ser interditada, mas foi reaberta hoje em um único sentido (interior-Rio); ainda há riscos

Rodovia Amaral Peixoto (próximo da Alameda) com deslizamentos de parte de uma pista

 

À beira do abismo                                                                                        

 

 

 

 

Local onde existiam casas

 

 

 

 

Velório do Cemitério Maruí

Velório de duas crianças, dois adolescentes e a mãe

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Passamos cerca de 40 minutos antes no local aonde o morro veio abaixo. O caminho aos ‘sitios’ Monte das Oliveiras e Manancial, pela Rodovia Amaral Peixoto, próximo do início da Alameda, no Caramujo, estava impedido. O Morro do Bumba está a 50m da congregação do Viçoso Jardim. Ao menos seis irmãos estão desaparecidos. Algumas pessoas choram em frente ao templo, já aberto, para receber desabrigados. O dirigente Lenínvson Generoso acompanha tudo de perto.

As áreas do Projeto Crescer, do Patriarca Assistência Social (PAS), mantido pela nossa igreja, a AD em Fonseca, Niterói, estão lotadas. De todos, pudemos perceber que os pastores Ezequiel Braça, diretor-executivo do Projeto e o 2º vice-presidente da igreja Lourival Guarani, estavam visivelmente abatidos. Eles trabalharam desde a madrugada de terça. Pastor Ezequiel esteve com uma criança em seu colo, correndo pelas ruas em busca de socorro. “Ela morreu em meus braços”, disse quase chorando. Pastor Lourival tentou retirar irmã Wanda da Hora, morta prensada por uma geladeira, lama, pedaços de uma parede, que se rompeu com a força e peso da lama, e pedras que atingiram sua cabeça.

No primeiro momento, seu marido e presbítero Rogério e os filhos Rodrigo e Rafael, tentavam tirá-la, enquanto conversavam com ela. Em seguida, a parede se rompeu pelo ímpeto de um aluvião de lama e acabou matando-a. Rafael saiu ‘nadando’ na lama por um buraco na parede do lado da rua. Depois só restaram algumas casas penduradas no morro, ainda ameaçadas.

Morro desaba

Enquanto estávamos no Projeto Crescer recebemos a notícia da queda do Morro do Bumba, em Viçoso Jardim, no Cubango, divisa com o bairro Fonseca, a cerca de 500m da Alameda, lado direito, no sentido Rio-Niterói. Cerca de 40 casas desmoronaram e cobriram em torno de 100 pessoas. Vinte foram resgatadas, dentre mulheres e crianças, além de dois corpos (até 1h). O secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame e dezenas de viaturas do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil estavam no local. Por outro lado, por falta de isolamento, o número de veículos e de curiosos, aglomerados nas proximidades, confundiam o trabalho.

Em quase todos os cantos de Niterói podia se ver toneladas de terra à beira de morros e barrancos pelas estradas. Na Rodovia Amaral Peixoto inúmeras ‘armadilhas’ de terra e árvores cobriam parte da pista, sem sinalização. A ladeira do final da Rua Teixeira de Freitas, ao lado do Sítio das Oliveiras, estava totalmente coberta por terra, árvores e touceiras de capim, arrastadas pela chuva.

Ainda existem muitas pessoas soterradas e que não estão sendo procuradas. Em um dos locais, na divisa do município de São Gonçalo, três morros desabaram em um único ponto, soterrando 12 pessoas. Os corpos estão sob muitos metros de terra e não há atendimento no local. Familiares posam nas proximidades e choram os seus mortos, enquanto aguardam resgate.

Atendidos pelo Projeto Crescer

A igreja abriga no Sítio das Oliveiras 46 adultos, 13 crianças, 1 idoso e 1 portador de necessidade especial; no Sítio Manancial, são 70 adultos, 30 crianças e 3 idosos. Ao menos 50% dos desabrigados não são membros da igreja. A igreja no Viçoso começou ontem à noite a receber desabrigados do Morro do Bumba.

Todos recebem alimentação – o Projeto tem Cozinha Industrial, recém construída –, cobertores, colchões e roupas doadas por membros da igreja e comunidade. O trabalho é feito de forma fraterna com membros da comunidade. Um colégio ao lado do Projeto está com 96 pessoas. Dentre os abrigados, muitos perderam tudo: casa, utensílios, documentos, roupas…, outros estão com suas casas em risco de desabamento.

Hugo e João Gabriel, de 8 e 9 anos, atendidos pelo Projeto, mais um irmãozinho, morreram soterrados no Monte da Oliveiras, próximo ao Projeto. Na segunda-feira, os dois ficaram até mais tarde no Projeto por que aguardavam um padrinho, que levou chocolate aos dois irmãos. “Eles saíram felizes”, disse pastor Ezequiel, visivelmente chocado.

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