TEXTO BÍBLICO
‘Não tenha medo do que você está prestes a sofrer.
Saibam que o diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los,
e vocês sofrerão perseguição durante dez dias.
Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida’, Ap 2.10 (NVI).
INTRODUÇÃO
Temos atualmente grande desvirtuamento dos desígnios da Igreja do SENHOR, por meio de ações inovadoras (não renovadoras) de igrejas-instituições. São quebra de paradigmas a mudar conceitos e a exigir postura não alinhada às doutrinas de essência bíblica, preestabelecidas pelos apóstolos (cf Atos 2.42). É o verdadeiro não ao ‘perseverar na doutrina’, isto é, persistir, ser constante, permanecer ou conservar-se.
Alterações das bases, a afetar a doutrina – a base da Igreja -, ocasionam modismos. Estes evoluíram a partir do século 20, em especial com a consciência praticamente universal da busca pela prosperidade. Desde a Era Industrial, quando se passou a fabricar produtos em séries, o apelo pelo TER, ofuscou a busca pelo SER.
Não se importa mais em ser verdadeiro, honesto, ético e de caráter, mas ter algo como forma de troca (de prestígio, fama…). A celebridade deixou de ser importante, para dar lugar a simples famosos, não necessariamente célebres.
Muitos entram em grande impasse ao não conseguir seguir, alcançar o resultado satisfatório desse apelo e tornam-se cristãos doentes, mesmo dentro das igrejas. São pessoas que não conseguem participar de forma racional, e muito menos espiritual, do culto. São muitas vezes espiritualistas, mas não espirituais!
São crentes que, diante da pergunta:
– O que aconteceu ou o que está havendo?, simplesmente dizem:
– Acho que… ou
– Como você está?, alguém indagará, no que ele dirá:
– Vou ‘ino’ (hino da Harpa, do Cantor Cristão, Nacional…) ou
– Vou levando, isto é, deixa a vida me levar!
Levando decepções, surpresas desagradáveis,… como se estivesse sob o ímpeto de uma enxurrada.
Para as mais diferentes perguntas:
– Como está em casa, no trabalho, no casamento ou no namoro, nas finanças, na firmeza da Fé?…, a resposta é sempre a mesma! Sem nenhuma convicção, sinal de conversão real, de experiência com Cristo ou de reações próprias de cultos oferecidos por meio da razão (cf Rm 12.1-2).
CONTRASTE COM O NOVO HOMEM
São claras as definições bíblicas para a re-gene-ração humana, ou seja, gerado novamente, com nova genética (origem).
Essa trans-forma-ção, ainda conforme Romanos 12.2, a indicar: transportado para outra fôrma, por meio de nova origem, é implacável. No versículo 10, do mesmo capítulo (‘Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros’), apóstolo Paulo tenta eliminar o problema existente da Igreja romana, por causa da disputa entre judeus e gentios.
Os judeus, de volta a Roma, após terem sido expulsos pelo imperador, queriam dominar a igreja. Então Paulo enfatiza que o amor fraterno (de philia) entre os cristãos deveria eliminar fronteiras, etnias, classes sociais e cidadanias temporais. O original afirma que os cristãos deveriam amar como se fossem gerados pelo mesmo ventre, a mesma mãe, isto é, consanguíneos.
Quando entendemos isto, obviamente sob o uso da razão, torna-se fácil seguir em frente: ‘Quando alguém está unido com Cristo, é uma nova pessoa; acabou-se o que é velho, e o que é novo já veio’, 2Co 5.17 (TLH).
Temos ainda o versículo em João, que trata da origem dos que são gerados novamente, não por meio da conjunção carnal, da semente (sêmen) humana, mas pela Palavra (Lc 8.11), a semente divina: ‘Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus’, 1.13 (RC).
Portanto, quando o SENHOR se manifesta e arma a sua tenda, faz a sua morada entre nós (‘habitou entre nós’, Jo 1.14), tem-se a ideia do costume oriental de receber uma visita em casa e torná-la honrada e protegida, sem que alguém possa tocá-la, importuná-la.
Vemos este costume em Salmo 133, onde a honra ao hóspede nota-se pelo azeite sobre a cabeça. Também quando Ló recebe os anjos (Gn 19.1-8) e oferece suas filhas, em troca de não ser desonrado, por meio de incapacidade de ser bom anfitrião e dar total segurança a seus hóspedes.
Decisões para a Vida!
Mas para tal, é preciso tomar decisões definitivas a ponto de deixar o passado para trás, conforme Filipenses 3.10-16,20-21: ‘Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte; para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dos mortos. Não que já tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo… Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas’. Esta foi à postura de Rute, a moabita, com relação a sua sogra Noemi: ‘o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus’ (Rt 1.16-19).
Aos Gálatas, o apóstolo dos Gentios mostra claramente a necessidade de transformação de criatura a filho, ao usar, em parábola, a história de Abraão, a envolver os filhos da esposa Sara e da escrava Agar: ‘… e modo algum, o filho da escrava herdará com o filho da livre’ (Gl 4.30).
PROVA: GRANDE MOMENTO!
Quando o SENHOR antecipa à igreja o teste da prova, em algumas traduções sob o vocábulo ‘tentados’ (Ap 2.10), indica prova da lealdade do crente e, por fim, saber de sua opinião (doxologia, de doxa, glória; mais logia, palavra), isto é, a sua opinião dita, falada, declarada, descrita… sobre Deus.
O SENHOR nos leva ao deserto, tendo em vista que o velho homem não aguenta deserto. Somente o novo é levado à prova, pois não se põe remendo novo em tecido velho, lembra-se?! (Ef 4.24).
Também porque o velho homem está tipificado na mistura que subiu do Egito, para o deserto com Israel, denominada de ‘populacho’, justamente os que instigaram à rebeldia e ao pecado e, por consequência, à morte! Aqueles insuflaram o povo. A Palavra manda a não se insuflar com a bebida por causa da contenda, mas se insuflar (encher de vento) do Espírito!, o Sopro divino (Ef 5.18).
O objetivo do Deserto
‘E se lembrarás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto…, para te humilhar, para te tentar (provar), para saber o que estava no teu coração, se guardarias os meus mandamentos ou não’ e ‘… para te humilhar, e para te provar, e para, no fim, TE FAZER BEM’, Dt 8.2,16 (grifo meu)
Note a grandeza da prova divina, ao conduzir o crente ao deserto (a condução é feita pela ‘Viação Espírito Santo’ (‘e foi Jesus conduzido pelo Espírito ao deserto’, Lc 4.1). O SENHOR o prova para saber o que está em sua alma (coração): Pensamento, Entendimento, Sentimento, Vontade: as Emoções, e a sua opinião sobre Ele. Você sairá do deserto exaltando-O?!).
Mesa farta no deserto!
Quando o salmos diz que ‘nada’ nos faltará, sob o domínio do Pastor, indica a presença também das dificuldades, embates, provas, lutas… Por isso, há referência de passagem pelo Vale da Morte, porém ‘Tu estás comigo’.
Nessa luta ferrenha do deserto, registra-se a bênção. Nele ocorre a mesa farta, nobre e gloriosa, na presença do(s) Inimigo(s), conforme Salmo 23. É lá também que a cabeça é ungida, e é lá ainda que aprendemos a ser ovelhas do Pastor, o SENHOR: dono, proprietário, dominador, pois a ovelha não tem garras e tampouco dentes caninos para caçar, pois todos os dias Ele leva-nos a ‘pastos verdejantes e a águas tranquilas’.
Após o teste, Ele coloca ‘uma porta aberta, e ninguém a pode fechar’; pois, mesmo ‘tendo pouca força, guardaste a minha Palavra e não negaste o meu Nome’, carta à Igreja Triunfante e vencedora, a Filadelphia, a Igreja do amor fraternal (philia) e, como creio, a Igreja do Arrebatamento!
CONCLUSÃO
Creia no milagre do deserto, pois a bênção não virá por completo antes dele! Antes de provar quem somos realmente ou a nossa convicção, por meio da opinião sobre Ele, para que ao crente liberal (generoso, pródigo), ‘ser-vos dado, boa medida, recalcada, sacudida e transbordante’ (Lc 6.38).
Boa medida é uma quantidade generosa;
recalcar é calçar novamente o conteúdo de uma saca de grãos, ou fazer pressão ao para abrir mais espaço e poder inserir o máximo de grãos;
sacudir é agitar com força em diversos sentidos, com a mesma intenção: abrir mais espaço para caber mais; e
transbordante é ter em excesso, repleto, a ponto de entornar (como diz o carioca), derramar (como diz o paulista); mais que o necessário.
Nesta experiência você vai descobrir que o SENHOR é poderoso (shaday) para fazer muito mais além do que podemos imaginar (Ef 3.20-21).
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