Comentários inclusivos ao da LB/CPAD, Lição 11 (15/3/2020).
Texto básico: 1Ts 1.1-10
A Carta (1Tessolonicenses) destina-se a ser lida pela assembleia de crentes em Tessalônica, reuniões realizadas nas casas, pois os templos só aparecem no final do segundo século.
Observe que no texto-base aparece a Trindade Divina:
O Pai e o Filho – v1,3, e o
Espírito – v5-6. Não é coincidência, mas faz parte do contexto da apologia do apóstolo Paulo.
CULTURA E COSTUMES
Na lição anterior, em boa sequência, temos a cultura humana. No tempo do apóstolo, a sociedade era dividida em duas instituições básicas: Governo e Família. As demais conhecidas e que formavam a cultura humana: economia, religião, e ensino (que chamamos Educação) estavam nelas inseridas.
Os valores culturais básicos eram:
Honra e Vergonha (evoluídos para costumes).
A divergência e a não assimilação da cultura do mundo pelos cristãos (cf Rm 12.1-2) está em Atos 16.21, em que os romanos reclamam dessa nova visão:
‘E nos expõem costumes que nos não é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos’.
O FILHO DO PECADO
O Criador teve um Filho (de Deus), o Cristo; o Diabo imitará o SENHOR, com o seu Filho – o Anticristo.
A segunda Carta à Igreja em Tessalônica se faz necessária, pois os crentes param tudo, se mostram confusos quanto à Volta do SENHOR e Arrebatamento da Igreja, conforme 1Ts 4.13-18.
Alguns já andavam de forma desordenada, e nem mais trabalhavam, como quem ‘larga a rede’ definitivamente, pois a vida de Fé não teria mais significado (3.11). Não haveria (mais) Arrebatamento!
Havia uma fala a indicar que Jesus já teria vindo. Na mesma época, havia uma informação filosófica que influenciava muito a cultura dos povos.
Naquela época a cultura grega havia dominado o mundo de então (e até hoje sofremos sua influência). Observe-se que uma das bases dessa cultura era o homossexualismo.
PALCO PREPARADO
Essas controvérsias figuram como essência para o preparo do caminho do Inimigo. Sua base é a mentira.
O Homem do Pecado deverá concentrar toda a representação humana, em todos os segmentos sócio-cultural, econômico e espiritualista. Este agrupa todo sentimento, desejo e vazio da religiosidade humana.
Portanto, ela deverá ser um homem enigmático, envolto em mistério, místico, contextualizado, de notável capacidade
Também inteligente, com propostas concretas e soluções dos principais problemas do mundo, especialmente a questão financeira, hoje fadada ao colapso. Também deverá ter notoriedade na articulação político-administrativa e grande capacidade de empoderação.
METAS
Com o seu espírito já operando no mundo (1Jo 2.18; 4.5-6; 2Ts 1.7), seu propósito será minimizar a atuação de toda e qualquer representação divina, como Israel, uma das provas incontestável da existência divina, e a Igreja, o Corpo de Cristo e a revelação do Reino de Deus aos homens.
FORMAS
Suas formas estão fincadas no desvirtuamento doutrinário. Se a Doutrina (Regras Básicas de Crenças e Fundamentos da Fé) da Igreja for descaracterizada os crentes ficarão sem norte.
Um dos caminhos está nos modismos, na assimilação e semelhança (nem precisa ser igual) das práticas do mundo.
ATAQUES À IGREJA PRIMITIVA
Durante o tempo do apóstolo Paulo até os Pais da Igreja, a assembleia dos crentes sofreu ataques de algumas frentes, dentre elas:
1- Epicureus: Não acreditavam na imortalidade. E devia-se viver para a felicidade, o agora, com base no impulso dos sentidos, pela satisfação pelo prazer refinado, e sem sofrimento – um tipo de Hedonismo (At 17.18).
2- Estoicos: Adeptos ao Materialismo. Ensinavam que o conhecimento deixa o homem virtuoso e o capacita a viver em harmonia com a natureza, pois tudo era regido por processos naturais, a partir de um mesmo domínio universal, dando razão ao destino. O ‘tudo pelo prazer’ também fazia parte dessa filosofia, registrada em Atos 17.
3- Monarquismo: Atacava a divindade de Cristo. Diziam seus adeptos que Jesus não era divino, e que recebera poder espiritual por ocasião do batismo nas águas do Rio Jordão, por João Batista.
4- Arianismo: Também em ataque à divindade de Jesus, dizia que Jesus era uma criatura do próprio Deus.
5- Docetismo: Dizia que Jesus apenas parecia ser humano (docetismo deriva-se do grego ‘dokeo’, parecer), e que, na verdade, Jesus era um tipo de espírito.
6- Doutrina Nestoriana: Que Jesus possuía além das duas naturezas (humana e divina), também duas pessoas em um só corpo.
7- Doutrina Eutiquiana: Indicava que Jesus Cristo possuía apenas uma natureza, uma vez que sua divindade havia absorvida a sua humanidade.
APOLOGIA
A durante o Concílio de Calcedônia, em 451, definiu-se que Jesus (seu nome humano) Cristo (seu nome divino) – vale salientar -, é verdadeiramente humano e verdadeiramente Deus, com duas naturezas inconfundíveis e imutáveis, cada uma com seus próprios atributos.
Conforme nota-se, a afirmação está de acordo com João 1.1: ‘E o Verbo se fez carne’, com o cumprimento de Gênesis 3.15 (Hb 2.14-18). Pr. Mesquita.