O urubu é uma ave que navega com admirável controle aéreo e até completa facilidade de planagem. Não obstante ser ave de rapina como o gavião, a águia, ágios caçadores, não passa de um carniceiro. Sua existência subsiste à base de coisas podres, fétidas, indesejáveis.
Sua família-espécie é grande, mas nem o mocho-diabo, com penas eretas em sua cabeça em forma de chifres, se alinha a tal comportamento, ditado pelas escolhas, práticas e interesses próprios, que lhe dizem respeito.
O ÍMPIO
Assim é o ímpio, que conhece todos os traços da família (cristã), mas dela não mais faz parte. Caminha a sua margem, a sobreviver de alimentos perecíveis.
Os ímpios “são como a moinha que o vento espalha. Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá”, Sl 1.4-6.
São promissores em suas escolhas e se escondem na caligem do ambiente, como súcia à espreita de alegações de descontentes, que se associam para a crítica a igrejas, pastores e demais líderes. Se identificam com determinadas atitudes, mas “Saíram de nós, mas não eram de nós” (1Jo 2.19).
EXEMPLOS NA HISTÓRIA BÍBLICA
Na historicidade bíblica vemos exemplos desses dois lados distintos. Temos um registro do apóstolo Paulo, homem impecável e de comportamento bem acima do ordinário.
MOISÉS E O POPULACHO
Ainda no Egito, Moisés passou por muitas situações de contrariedades. Entretanto, à medida que avançavam rumo à Terra Prometida o volume de opositores aumentou.
Embora tivesse enfrentamento a inimigos do deserto, os piores e mais implacáveis foram os que estavam entre o povo, muito embora não fossem hebreus. A Bíblia os chama de “populacho”, um povinho, a ralé, pessoa sem pertencimento, quem ou que não é membro de nada, trivial.
Note que Números 11.4-5 trata desses que inflamaram os hebreus contra Moisés e sua missão, justamente o “populacho”, infiltrado entre todos: “E o populacho, que estava no meio deles, veio a ter ardente desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar,…”.
BATENDO LATAS
Mesmo como doutor na Palavra, apóstolo Paulo não foi poupado. Ele alerta o jovem obreiro Timóteo sobre enfrentamentos de pessoas infiltradas no meio cristão, apontando diretamente um deles. Trata-se de Alexandre, o latoeiro, que atualizado seria metalúrgico ou ferreiro (NVI).
Em 2Timóteo 4.14-15, o apóstolo mostra a todos nós essa figura entre a lide cristã, ressaltando-a como causadora “de muitos males”. Forte opositor ao exercício da fé em Cristo.
Opositor, bloqueador, impedidor são traduções do hebraico para Satã. O apóstolo chama a atenção e observa: Estejam prevenidos!
Este mesmo conselho é transmitido pelo apóstolo Pedro por semelhança através de outra construção literária: Resisti ao Diabo (1Pd 5.9), isto é, ‘escore-o e não o deixe avançar, passar’.
COM JESUS
Bem, se não somos melhores que o apóstolo Paulo e Moisés, os dois doutores grandemente usados pelo SENHOR em suas duas Alianças, que dirá Jesus, não é mesmo?!
Dentre os 12 discípulos do SENHOR houve uma figura emblemática por sua identificação ímpia. Judas fez parte do colégio dos Apóstolos e até recebeu a unção, para pregar (Lc 9.1).
REAIS MOTIVAÇÕES
Como diz a frase: “Pela placa se conhece o engenheiro” (do meu livro Ilustrações para Enriquecer suas Mensagens/CPAD), a indicar também a necessidade de observar motivações comportamentais, e até o que teria causado tais insatisfações, o start precedente.
Nem tudo está impresso naquilo que se chama atenção. No caso em tela, o pano de fundo vai muito além. A Bíblia dá orientações claras quanto ao tratamento de desvios, tropeços, erros…, de alguém, de seu irmão. Como se deve proceder (Mt 18.15-17).
Atualmente existe uma forte corrente, capitaneada pelo mal, que usa a mídia social como forma de obter destaque, desabafar ranços e até ganhar ibope.
São pessoas que passaram por traumas de extremos religiosos, que os carregou ao radical do racionalismo. Nisto está a exigência de uma nova existência, que vai desde a nova identidade, mormente paranoide (hostilidade) a encontrar um novo nicho.
Atacar o meio conhecido seria uma ótima escolha para a completa aceitação. Junte-se a isso a descaracterização do anterior, e a busca, às vezes sem fim, pela construção de outra persona, a partir do visual.
Dentro dessa busca está a Necessidade de Autoafirmação unida à Necessidade de Aparecer (NA). Assim fundamenta-se o novo personagem, o protagonista daqueles que alimentam seu instinto, acometidos da patologia de anosmia.
DESCONSTRUÇÃO:
A QUEM INTERESSA?
Dentro dessa mesma linha, nota-se ainda a vertente ideológica de esquerda em sua luta contra princípios cristãos. Muitos se alinham a ela intencionalmente ou não. É essencialmente diabólica, pois busca a desconstrução de três alicerces, que se opõem ao seu sucesso.
Todos os ataques a líderes cristãos, e até a outros reputados como tais, sejam culpados ou não têm um fim específico. Buscam asfaltar um caminho, conforme a mesma intenção do Diabo: destruição da Igreja, embora seja algo impossível (Mt 16.18).
Além da Igreja, outras bases são alvejadas, todas como parte de um mesmo princípio, a minar propostas do comunismo, em essência ateístas: Deus, Igreja, e Família.
Então, o quanto puderem ao menos solapar tais fundamentos, farão bem à causa maior, unindo-se a Satã, o Espírito Opositor, Bloqueador. Mas não se esqueça que “Deus não se deixa escarnecer” (Gl 6.7).
“Afiam a língua como a da serpente; veneno de víbora está em seus lábios” (Sl 140.3), mas “Não dê atenção a todas as palavras que o povo diz…” (Ec 7.21). “Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo” (1Pd 3.16). Tomei da publicação de pastor Eli Martins.
CAPACITAÇÕES
Para tal resistência, o apóstolo dos Gentios ressalta em Efésios 6, as ferramentas capazes de fazer resistir. “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”.
Ele lança para a perenidade dessas ações, quando fala em “trevas deste século”. Também alerta quanto ao que nem sempre aparece à primeira vista, as “hostes espirituais da maldade”.
Por fim, o apóstolo fala em tomar acima de tudo “o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”.
As chamas causadas por tais flechas podem tumultuar o ambiente, queimar até na alma, provocar estresse, pressão emocional e o desequilíbrio, derreter bases de resistência, e até levar à morte.
Todavia, a Fé torna-se a ferramenta por excelência contra tais. Ela diz respeito àquilo que não se vê, que pode não ser visível fisicamente (Hb 11.1). Porém, seu valor sobressai (sobretudo) e vence todas as artimanhas de hostes espirituais.
SENTENÇA DIVINA
Por fim podemos afirmar que ninguém passa impune diante de suas chamas de vaidades. Como diz o ditado: “Quem planta vento, colhe tempestade”. A Lei da Ceifa é tão fatal quanto real.
“Eis que todos vós, que acendeis fogo, e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas do vosso fogo, e entre as faíscas, que acendestes. Isto vos sobrevirá da minha mão, e em tormentos jazereis”, Is 50.11 (Leia o capítulo todo).
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