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Posts Tagged ‘definições’

Tivemos há pouco na mídia, a reverberação da declaração da mulher de Lula, a socióloga Rosângela ‘Janja’ Lula da Silva, sobre sua religião. Tais questionamentos tornaram-se polêmicos por estarem atreladas a uma figura pública e, portanto, ordinários.

Tudo isso acabou desdobrando-se em outra indagação não esclarecida: Qual seria essa religião? Nem ela e tampouco a mídia deixou isso claro. Por quê?!

No que diz respeito ao dito constrangimento sofrido, sua própria opinião cristaliza a autenticação do mesmo ou ela não se mostraria desconfortável. Também não se teria o cuidado de ocultar o segmento religioso seguido.

CRISTÃOS SEMPRE PERSEGUIDOS

Distantes da definição sociológica ou de domínio público, os seguidores de Cristo, taxados de cristãos, pela primeira vez em Atos 11.26, de crentes (em Cristo), foram

denominados pejorativamente protestantes. Isto, entretanto, retrata a grandeza da bravura de Fé cristã.

Na França foram chamados de huguenotes, discriminativo a cristãos (protestantes calvinistas) e, depois, no Brasil, aos mesmos presbiterianos, na perseguição, por volta de 1555.

AINDA HOJE!

Atualmente a perseguição a seguidores de Cristo se registra à mostra de todos, com discriminação, tratamento desdenhado, até ignorados pela mídia, e de forma aviltante! É praticamente um verbete do Manual de Redação no domínio mental de cada ‘jornalista’, se é que podemos denominar esse profissional como tal, por ausência de imparcialidade.

Enquanto isso, seu progresso, sem que o detalhamento seja necessário, por sua influência social construtiva da ‘religião dos livros’ a precede. Vão desde a valorização do ensino, a outros atrelados e próprios, como a assistência social.

JUDEUS MARRANOS

Ainda no século 15, durante perseguição semelhante, os judeus na Espanha e Portugal foram denominados ‘marranos’ (porcos).

No caso dos cristãos, estes não se sentiram diminuídos, mas triunfantes e proclamados “bem-aventurados” ao passarem por tais situações (Mt 5.10; 10.22; 1Pd 3.14).

Em ambos os casos, não houve motivação para tal, senão simplesmente pela tentativa de cerceamento e intolerância. E note que são dois grupos de admiráveis exemplos de notabilidade de práticas de progressos, com ênfase ao conhecimento e ensino.

AS RELIGIÕES AFROS

Todos têm a liberdade sagrada, o livre arbítrio, para a tomada de decisão, qualquer que seja ela, sem ignorar que toda ação provoca reação, seja ela boa ou má, sabida de antemão ou não.

Essa liberdade humana, denominada democracia, longe dos discursos ideológicos, em geral hipócritas, faz parte da conquista humana em oposição a todo tipo de tiranias.

JANJA LULA

A mulher de Lula, até por sua posição, deve ser referência dessa liberdade. Como todo e ‘qualquer’ cidadão tem o direito ‘mais que óbvio’ (ululante) de escolher e até expor publicamente sua própria religião ou quaisquer outras escolhas.

Mas por que ela faz referência à orientação de pessoas próximas, que pedem a ela para não expor tal religião, e, após, se diz constrangida?!

“E muitas pessoas disseram para mim: ‘Você precisa apagar aquela foto’. Tem uma foto minha no Instagram com algumas imagens de orixás. Eu não vou apagar. Aquilo também me representa”, disse.

E completa: ‘Ser ligada a uma religião de matriz africana só me dá orgulho’. Ela ainda faz questão de se expor ao lado de imagens de espíritos ou ‘seus’ orixás (foto).

Mesmo assim, tanto ela quanto a mídia, que se deixa transparecer ativista, omite a religião. Não fosse algo constrangedor ela diria o nome da religião, bem como a mídia não se comprometeria em não expor o nome da ramificação específica.

CRISTIANISMO NÃO É FUSÃO DE RELIGIÕES

É importante relembrar que não estamos falando de cristianismo, mas de religiões afros, ditas espíritas. E como alguns tentam fazer ponte entre as duas representações, por meio do sincretismo, o abismo que as separam permanece o mesmo (cf Lucas 16.26).

São simplesmente antagônicas e não se trata de ausência ou não de princípios, propósitos ou por questão de sinceridade, mas de análise ao pé de suas bases doutrinárias.

Ser cristão é se manter distante de justificativas próprias ou da necessidade social de se sentir incluído como tal. Essa forma ‘associativa’ se mantém sob princípios e testemunho de compromisso e vida diferenciada, embora qualquer um tenha o direito de se tornar cristão, conforme João 3.16; Atos 2.38; 2Coríntios 5.17.

OITO OU OITENTA!

Não existe meio termo, crente morno, em cima do muro, nominal, quase, talvez, mais ou menos…, como dito por um padre.

Ele falava sobre posições duvidosas e da necessidade de conversão, o que serve para todos, incluindo-me.

QUAL É A DELA?

Não há como indicar qual seria a religião afro da atual primeira-dama. Mas não é novidade a ninguém, que as religiões de origem africana são divididas em candomblé, umbanda, quimbanda, macumba, xangô, jurema, feiticismo, vodu (de vodum, os espíritos cultuados), dentre outros segmentos menos conhecidos, mas semelhantes.

No candomblé, por exemplo, os espíritos denominados orixás, segundo a Bíblia demônios, “são deuses supremos. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento…”.

A umbanda também atua com orixás por meio de mediunidade. Essas religiões têm como espírito superior ou mestre Exu. É formada pelo sincretismo entre cultos afros, espiritismo e catolicismo romano, que mescla santos católicos a seus espíritos (orixás). Fonte https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/religiao/sincretismo-e-religioes-afro-brasileiras.

‘O ESPÍRITO QUE FICOU NA TERRA!’

“Para o cristão, Exu é o demônio pela crença de que há um bem e um mal. Mas, para um afro-brasileiro, Exu não é o demônio” (https://www.edusp.com.br/mais/exu-um-deus-afro/). “O cemitério também é morada de Exus, Pombas-giras e pretos velhos, entidades cultuadas pela Umbanda” (Andrade Junior, L. (2021). Exus, Pomba-giras e pretos velhos: o cemitério como espaço sagrado de pertencimento. Diálogos, 25(3), 8-37. https://doi.org/10.4025/dialogos.v25i3.60531).

“Os filhos de exu têm caráter ambivalente, são ao mesmo tempo boas e más com uma ligeira inclinação para a maldade, o desatino, a obscenidade, a depravação e a corrupção”.

”(…) As cogitações intelectuais  enganadoras e as intrigas políticas lhes garantem um grande sucesso na vida” (https://cabocla-jurema.webnode.com.br/sobre-a-umbanda/orixas/exu/?

Exu é a figura do Diabo, especificamente na Jurema ou Catimbó, Xangô e Umbanda, e “não existem fronteiras nítidas” entre essas três vertentes. “É por isso que a gente tem que acender uma vela para o diabo. Sim, minha gente, a gente tem de agradar a Exu para ser feliz”.

(https://www.redalyc.org/journal/2433/243364810018/html/).

Exu é ainda o senhor do sexo ou pomba-gira, identificado como mulher, companheira (não esposa), “da sexualidade sem freios e amoral” (Bastide, 1978). Coincidência ou não, 13 de junho é seu dia comemorativo, e suas cores é preto e vermelho.

SEUS CULTOS

Ao som de tambores (atabaques), essas religiões atuam por meio de despachos em encruzilhadas e cachoeiras, e fazem oferendas nas praias e mares a Iemanjá, deusa ligada, por suas origens, ao culto da fertilidade, atrelada ao prazer sexual. A divindade semelhante mais difundida é Afrodite, deusa grega do prazer (sexual), da beleza, do desejo, da sedução, e demais formas representativas de acordo com cada cultura. Iemanjá é considerada a ‘Afrodite brasileira’, também cultuada por marítimos.

SACRIFÍCIOS

“No Brasil a religiosidade de origem africana também aceita rituais com animais em oferendas aos Orixás”. Gilberto Pinheiro afirma ainda que “Curiosamente a Umbanda Esotérica não pratica tal crueldade”, mas seria a exceção em “quase todos os terreiros de Candomblé e Quimbanda que praticam tais rituais” (Sacrifício de animais em rituais religiosos – da antiguidade aos dias atuais – jornalista Gilberto Pinheiro).

OFERTÓRIO RICO EM SANGUE

Segundo a Superinteressante, “O candomblé abate bichos de diferentes portes em rituais. A umbanda não aceita a prática, mas ainda assim alguns terreiros a fazem”.

Outra parte do texto, que trata sobre a umbanda, registra o seguinte: “Mas existem muitos terreiros que, influenciados por outras religiões de origem africana, oferecem galinhas ou bodes para fortalecer entidades, em especial exus e pombagiras”.

A abertura da matéria, Tiago Cordeiro acaba sendo meio tétrico e parece retratar um banquete bárbaro…

“Usando uma faca, o sacerdote abre a garganta do animal. Na sequência, degola o bicho, que ainda se debate. Algumas partes específicas, como o coração e os genitais, são colocadas sobre um alguidar – uma bacia de barro. Esses pedaços serão oferecidos para o orixá que vai “comer”. O sangue é recolhido e utilizado para sacramentar imagens e instrumentos utilizados no terreiro. Todo o restante do corpo é aproveitado. O couro será usado para fazer atabaques. A carne vira churrasco: os terreiros fazem grandes almoços para os filhos de santo e os visitantes” (https://super.abril.com.br/sociedade/os-sacrificios-de-animais-nas-religioes-afrobrasileiras/amp/).

DISTINÇÕES

Nenhum desses cultos tem qualquer ligação ou respaldo bíblico-cristão, pois os discípulos foram ensinados a expulsarem espíritos de toda e qualquer pessoa possuída ou endemoniada, às vezes chamados de ‘casta de demônios’ (Mt 17.21).

Jesus expulsou os espíritos em Gadara, e ensinou sobre a não ligação entre o mundo humano e o dos mortos, especialmente nas questões relacionadas ao fato do impedimento de se voltar dos mortos, no caso que envolveu O Rico e Lázaro (Lc 8.26-56; 16.19-41).

BUSCAS PROIBIDAS

No Velho Testamento o povo foi exortado pelo próprio Deus a não consultar médiuns. “Não recorram aos médiuns nem bus­quem a quem consulta espíritos, pois vocês serão contamina­dos por eles. Eu sou o SENHOR, Deus de vo­cês”, Lv 19.31. A proibição se estende sobre todas as ramificações espíritas: feitiçaria, mediunidade, consulta a espíritos e a mortos, presságios, adivinhação (Dt 18.9-12).

Quando visitei África, para cobertura jornalística, usei ainda o tempo para verificar a veracidade das manifestações de tais espíritos, e entrevistei pessoas que foram vítimas de terríveis possessões.

Ainda fiz matéria jornalística no interior de São Paulo, sobre cirurgia espírita. Também frequentei centro espírita, já registrei alguns embates espirituais dentro do assunto, e estudei sobre o espiritismo, em suas diferentes vertentes.

REAFIRMAÇÃO NO EVANGELHO

Na Nova Aliança, o SENHOR Jesus e depois os apóstolos validam a mesma doutrina da Aliança Judaica. Em certa ocasião, expulsam um espírito de adivinhação (At 16.16-18), pois são formas reprovadas e e todas como provocação a Deus (2Rs 21.6).

Hebreus 9.27 fecha a questão ao afirmar que o pós-morte é o Juízo divino, e que a ordem divina estabelece a morte como única, por somente uma vez.

Ah, não tenho nenhum apreço pelas escolhas de Rosângela ‘Janja’ e Lula, por seus ideários, progressismo, e toda ideologia da esquerda e seus objetivos. Entretanto, humildemente, de forma espontânea e com amor, seja qual for suas convicções a respeito, não deixei passar a oportunidade de interceder pelos dois.

Mesquita, Antônio é jornalista, teólogo, escritor e ministro do Evangelho.

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