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Archive for 19 de julho de 2009

O capítulo 12 de Romanos revela-nos profundidade maravilhosa que vai além da questão de oferecer ao Senhor o culto a partir da razão – a lógica, para os gregos.

Se formos para o dicionário (Aurélio) vamos descobrir de perto o significado do termo: “Faculdade que tem o ser humano de avaliar, julgar, ponderar idéias universais; raciocínio, juízo; … de estabelecer relações lógicas, de conhecer, de compreender, de raciocinar; raciocínio, inteligência.” E na filosofia pode ser “Faculdade de conhecer o real, por oposição ao que é aparente ou acidental.”, como “Sistema de princípios a priori cuja verdade não depende da experiência.”

O texto em questão: “Rogo, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresentei o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”, Rm 12.1, introduz a exortação que o apóstolo remete aos romanos, diante de um atrito remanescente de outro “expurgado” por Roma por meio de um castigo imposto para que a pax romana fosse estabelecida.

Se a pax romana era vivida justamente pela ausência de campanhas de guerras e de tumultos, os imperadores cortavam o mal pelo efeito, usando a força bruta, conforme mostraremos abaixo.

Para começar quando o apóstolo Paulo exorta os crentes em Roma, para que ofereçam o seu culto em sacrifício vivo, parece contrariar o método estabelecido por Deus, uma vez que a vítima do sacrifício teria de ser morta. Holocausto que dizer todo queimado. “… holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao Senhor”. A vítima oferecida em libação era sacrificada: “E porá a sua mão sobra a cabeça da oferta pela expiação do pecado e a degolará no lugar do holocausto”, Lv 1.17; 4.29.

Entretanto o apóstolo enfatiza seu ensino de corpo mortificado em Cristo, que se distancia das pendengas que extrapolam o interesse maior de glorificação ao Senhor.

Ele explica isso no capítulo 8: “E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça”; “porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obra do corpo, vivereis”, v10,13.

Em Colossences 3.5 vai além: “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra…”. E quando fazemos a relação do assunto a Cristo, evocamos 1Pd 3.18: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito”.

Na verdade o apóstolo estava enfrentando uma situação ímpar entre os romanos. Em 49, o imperador Cláudio expulsou os judeus de Roma, em função de atritos atribuídos a eles. Cerca de 3 anos depois, com a morte de Cláudio, os judeus voltaram e queriam impor sua influência na igreja local. Eles desejavam reconquistar espaços, influenciar a igreja e dominar com seus dogmas, haja vista que a igreja estava entre os gentios.

Para combater a situação, nos versículos 9 e 10, do capítulo 12 de Romanos, Paulo escreve aquela igreja:  “O amor seja não fingido… Amai-vos cordialmente uns ao outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.

O amor fraternal, cordial (amor de irmãos) – o amor filadelfia, que para os não cristãos gregos era o amor entre irmãos – vem de filostogoi, plural e filostorgo (no amor fraterno). Ao pé da letra Paulo afirma: “No amor fraterno amem como se fossem irmãos de sangue, como se saíssem do mesmo ventre”.

Era a idéia que os gregos dominavam bem. O apóstolo dos gentios não se perde na idéia, pois em 1Coríntios 4.15 escreve: “… porque eu, pelo evangelho, vos gerei em Jesus Cristo”, enquanto Pedro valoriza o assunto: “sendo de novo gerados, não de emente corruptível” (Pd 1.23), enquanto Paulo complementa em Hebreus 12.14: “Segui a paz com todos e a santificação, sem qual ninguém verá o Senhor”.

A Paz aqui é a que excede todo o entendimento”, e não fica somente na ausência de guerra, mas ela transcende o significado humano, a irrompe no homem como uma força que vem do alto.

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